Soraia Mendonça Castanheiro foi atropelada por um idoso no Motel Arsenal, em São GonçaloReprodução/Redes sociais
Idoso que atropelou e matou camareira em motel diz não se lembrar do acidente
Vilson Martins Gomes, de 74 anos, prestou depoimento na 75ª DP (Rio do Ouro) horas depois do acidente e foi liberado
Rio - O motorista Vilson Martins Gomes, de 74 anos, que atropelou e matou a camareira de um motel no bairro Arsenal, em São Gonçalo, disse em depoimento na 75ª DP (Rio do Ouro) não se lembrar de como aconteceu o acidente. O condutor foi levado por uma viatura do 7º BPM (São Gonçalo) à delegacia, na sexta-feira (28), momentos depois de atropelar Soraia Mendonça Castanheiro, 51 anos.
Acompanhado de seu advogado, ele alegou em depoimento que só se recordava de estar deitado no chão, sendo socorrido por populares. Ele também negou ter ingerido bebida alcoólica. Segundo a Polícia Civil, Vilson realizou exame de alcoolemia, cujo resultado foi negativo, e o mesmo foi liberado. Testemunhas afirmam que havia uma mulher ao lado dele no momento do acidente, mas que a mesma fugiu do local. No depoimento de Vilson, ele não citou a presença da passageira.
Soraia foi socorrida e levada para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), mas não resistiu e morreu na segunda-feira (1º), três dias depois do atropelamento. O corpo dela foi sepultado nesta terça-feira (2), no Cemitério São Miguel, em São Gonçalo.
O caso foi registrado como lesão corporal culposa, quando não há intenção de cometer o crime. No entanto, o advogado da família da vítima, Petronilho Carneiro, estuda a mudança para tipificação do crime como homicídio doloso, quando há a intenção de matar. "Sem dúvida, a defesa trabalhará pela tipificação correta do crime que, a princípio, se amolda ao homicídio culposo na direção de veículo automotor. Caso seja verificada quaisquer circunstâncias que nos façam crer que o autor assumiu o risco do crime que cometera, este deverá responder pelo crime de homicídio doloso", disse ao DIA.
Testemunhas negam a versão de que o motorista prestou socorro à Soraia e afirmam que Vilson só permaneceu no local pois foi detido por funcionários do motel dentro de um apartamento. Já a Polícia Civil, por meio de nota, informou que "o autor permaneceu no local e prestou socorro". A defesa da família diz que o motel não possui circuito de imagens internas, não sendo possível, neste primeiro momento, comprovar que Vilson não prestou socorro à vítima.
A Polícia Militar disse que equipes do 7º BPM (São Gonçalo) estiveram no local e a vítima já havia sido socorrida. "O autor não se evadiu e foi conduzido à referida delegacia para apreciação dos fatos", disse.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Vilson Martins. O espaço está aberto para manifestação.
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