É indicado que os cariocas que forem à praia neste fim de semana utilizem protetor solarPedro Teixeira / Agência O Dia

Rio - Como este primeiro fim de semana de julho na cidade será de dias nublados, os cariocas que vão à praia ou passar um tempo ao ar livre expostos, seja fazendo exercícios ou passeando, podem pensar que não há necessidade de aplicar protetor solar. No entanto, como o calor prevalece, com os termômetros marcando 32°C de máxima, a importância da proteção acaba sendo a mesma daqueles dias de céu azul do verão.
Como explica Andreia Melo, oncologista da Oncoclínicas, a radiação ultravioleta (UV) do sol ultrapassa as nuvens e, sendo assim, continua chegando à superfície.

"A intensidade varia de acordo com a estação do ano, mas, como o índice neste final de semana será alto, o cuidado para quem vai à praia, ou ficar na piscina, se expondo ao sol, precisa ser o mesmo da primavera e do verão", ressalta .

O tempo no Rio está sendo influenciado por ventos quentes e secos vindos do continente, e a umidade relativa do ar pode apresentar valores entre 21% e 30% no período da tarde. Sendo assim, a recomendação para dias quentes e nublados como o sábado (6) e o domingo (7) é de evitar a exposição ao sol das 10h às 16h, horário de mais intensidade dos raios UV, e reaplicar o protetor a cada duas horas.

Quanto às vestimentas, a especialista indica o uso de blusas de manga longa com proteção UV, boné ou chapéu e óculos escuros, que servem como "barreira física". "Pessoas de pele mais clara devem usar protetor solar com fator 50 ou maior, sendo aplicado antes mesmo de chegar à praia ou à piscina, para evitar vermelhidão e consequências a longo prazo, como o envelhecimento e a neoplasias", reforça Melo.

A oncologista ainda explica que, dependendo da região do mundo, os raios UV podem ser fortes até em estações com temperaturas mais amenas, como outono e inverno. "É o que acontece em áreas tropicais e subtropicais, como o Brasil. Por isso, é fundamental manter os cuidados para evitar, principalmente, o câncer de pele, que é o tumor maligno com maior ocorrência no país", alerta.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgados em 2023 mostram que, no estado do Rio, são esperados 23.590 novos casos de câncer de pele anualmente, até 2025, sendo 12.270 em homens e 11.320 em mulheres. Em relação ao melanoma, variação mais grave da doença, que pode causar a morte, são previstos 470 novos casos ao ano, sendo 300 em homens e 170 em mulheres.

Para se prevenir, deve-se observar a própria pele para verificar a existência de pintas ou manchas suspeitas e consultar um dermatologista para exame completo por, pelo menos, uma vez ao ano. O cancer de pele equivale à 32% dos diagnósticos da doença no Brasil, seguido por mama e próstata, ambos com pouco mais de 10%, ainda segundo o Inca.

Eficácia da vacina contra o melanoma

Estudos da Sociedade Americana de Oncologia divulgados em 2024 mostram que 75% dos pacientes que receberam a vacina desenvolvida contra o melanoma foram curados após três anos. O imunizante utiliza a mesma tecnologia de RNA mensageiro da Covid-19, que "ensina" o corpo a criar os anticorpos necessários.
*Reportagem do estagiário Gabriel Rechenioti, sob supervisão de Iuri Corsini