Alan morreu no dia 31 de maioRedes Sociais

Rio - A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura a morte do motociclista Alan Rodrigues Sales, de 22 anos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio. O taxista Eduardo Henry Nogueira Gripp, que bateu com o veículo na moto da vítima, vai responder por homicídio por dolo eventual, quando assume o risco de causar a morte. 
No decorrer da investigação, foram analisadas imagens, produzidos laudos periciais de alta complexidade, realizadas dezenas de diligências e colhidos testemunhos. Segundo o delegado Leandro Gontijo, da 20ª DP (Vila Isabel), não houve dúvidas de que o motorista assumiu o risco de matar Alan. O relatório das investigações foi encaminhado para o Ministério Público do Rio de Janeiro, para uma possível denúncia. Até lá, Eduardo segue em liberdade. 
A briga teve início após o motoboy bater com a mochila no retrovisor do táxi e ser perseguido pelo motorista, na noite do dia 31 de março. Em depoimento, o acusado alegou que queria resolver o prejuízo. Após bater com o carro na moto da vítima, Eduardo fugiu do local sem prestar socorro. Ele disse que ficou com medo de parar e ser linchado por grupos de motociclistas.
O suspeito disse que não tinha pretensão de causar nenhum mal a Alan. Imagens disponibilizadas pelo próprio motorista mostram o momento em que o carro dele atingiu a motocicleta pilotada pela vítima. No vídeo, é possível ver que o motoboy sinalizou que ia encostar a moto. Para a família de Alan, o crime teria sido proposital.
Homenagem
Amigos do motoboy fizeram uma homenagem para o rapaz no local onde ele faleceu. Um muro foi pintado com o rosto de Alan na Rua Teodoro da Silva. O movimento foi organizado pelos companheiros de profissão do jovem. Segundo a família, ele atuava na profissão há cinco anos e era muito querido no bairro onde morava.
"Tivemos a ideia de fazer uma simples homenagem no local do ocorrido para que todos lembrem do Alan. Ele jamais será esquecido, infelizmente não podemos trazer ele de volta, mas essa foi uma forma de fazer ele ser eternizado. Espero que todos que passem por aqui lembrem de quem o Alan foi", disse o amigo Matheus Quintanilha, de 25 anos.
Depoimento
O motorista disse à Polícia Civil que, naquela noite, Alan esbarrou com a moto no retrovisor do seu carro, causando um forte impacto. Ele então, disse que passou a seguir o motoboy, piscando o alerta do carro, na tentativa de tentar parar e resolver o prejuízo. Eduardo afirmou que o rapaz teria diminuído a velocidade antes da Rua Emília Sampaio, mas tornou a acelerar logo em seguida, na Rua Teodoro da Silva, cruzando a pista para a direita.
Ele conta que, ao olhar para o retrovisor da direita, a fim de ver se poderia virar na pista sem colidir com outro veículo, Alan diminuiu a velocidade da moto muito rápido, e que ao olhar para a frente novamente, ele tentou frear mas acabou atingindo o veículo do rapaz. O taxista afirmou que, por reflexo, virou o volante para a esquerda, e que não viu o que o rapaz havia caído no chão.
Ainda em depoimento, Eduardo Henry contou que olhou o retrovisor e viu a moto de Alan no chão, que pensou em voltar e ver o que aconteceu, mas que ficou muito "nervoso" com a situação.
Imagens de dentro do táxi
Imagens gravadas de dentro do táxi de Gripp mostram que o motoboy Alan Rodrigues Sales sinalizou que iria parar a moto antes de ser atingido pelo motorista.
O vídeo mostra o momento em que Alan sinaliza para Eduardo que iria encostar a moto na direita. Eduardo então acelera e atinge a vítima. Foi então que o motoboy caiu e atingiu um poste, morrendo no local. As imagens ainda mostram o taxista fugindo do local.