PCDs receberam auxílio de profissionais treinados para surfarRenan Areias/ Agência O Dia
Claudio Mendes Gonçalves teve a oportunidade de voltar ao mar depois de algumas décadas sem surfar. Ele e o sobrinho, Breno Saraiva, saíram da Zona Norte para ir ao evento neste domingo (21).
"Cláudio é carinhosamente chamado por mim, de 'meu padinho'. Ele é amigo de infância do meu pai. Com 17 anos ele sofreu um acidente automobilístico e ficou tetraplégico. Hoje ele tem 59 anos. Ele surfava costumava surfar na juventude, inclusive aqui. E ele tem acompanhado esse evento em várias baterias, porque é um evento itinerante”, contou o analista de T.I.
O projeto social foi idealizado pelo para-surfista Taiu Bueno, no Guarujá, litoral de São Paulo, e começou uma turnê pelo Brasil em junho. A ação passou por Niterói, na Região Metropolitana, Copacabana, na Zona Sul, e pelo Recreio, na Zona Oeste.
"Desde 2015 existem circuitos mundiais de surfe adaptado, que já é um esporte de nível competitivo. Por isso, é importante apresentar a prática para outros PCDs. Os desafiamos a sonhar e, quem sabe, não incentivamos o próximo campeão ou campeã mundial? Ainda assim, o mais importante é proporcionar a alegria de voltar a ter contato com o mar, ou, em alguns casos, de sentir as ondas pela primeira vez", explicou Bueno.
Quem estreou no mar foi o mineiro Eduardo Fraga Zopelar, 54. Ele veio ao Rio para assistir a formatura da sobrinha e foi convidado no hotel pelo Cláudio para participar do evento.
"O Cláudio me perguntou se eu já tinha feito surf adaptado. E, como eu nunca tinha feito, eu fui lá conhecer e foi super legal a disponibilidade das pessoas em estar dando essa oportunidade para gente que é cadeirante, de estar aproveitando um pouco mais”, relatou o colunista social.
Eduardo é paraplégico desde 1991, quando sofreu um acidente de carro, mas nunca deixou de praticar esportes. Ele já treinou musculação, natação e, atualmente, pratica crossfit. Ele descreveu a experiência de surfar no Rio como muito gratificante.
"A gente vive num mundo muito individualista e encontrar pessoas que gostam de compartilhar esse tipo de momento com outras pessoas que não têm condições. É muito gratificante", declarou.
Durante o Dream Challenger Tour os participantes utilizaram cadeiras anfíbias, pranchas adaptadas e esteiras de acessibilidade. O evento contou ainda com uma equipe de profissionais capacitados para oferecer apoio aos iniciantes de todas as idades.
Ainda não há informações sobre a próxima etapa do Dream Challenger Tour.
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