Wictor de Almeida,7, Lindsay de Almeida Reis, 15, e Luciana Almeida, 35 anos, foram mortos a tirosArquivo pessoal
Cinco anos depois da execução de mãe e filhos, um dos envolvidos no crime ainda não foi investigado
Família das vítimas assassinadas em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, pede a retomada das investigações para localizar motorista que deu fuga para atiradores
Rio - Cinco anos depois da chacina que matou mãe e dois filhos, a família das vítimas afirma que ainda há um homem envolvido no crime que não foi investigado e condenado pela Justiça do Rio. Luciana Almeida da Silva, de 35 anos, Lindsay de Almeida Reis, 15, e Wictor de Almeida, 7, mãe e filhos, respectivamente, foram mortos a tiros enquanto dormiam dentro de casa, na Rua Igaratá, em Marechal Hermes, Zona Norte do Rio, no dia 24 de julho de 2019. Wladimir Dativo dos Santos, de 41 anos, marido de Luciana, também foi baleado oito vezes, e sobreviveu.
À época, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) concluiu que a família foi atacada a tiros por uma briga de herança por parte da família de Wladimir. O primo do sobrevivente, Átila dos Santos Ramos, de 40 anos, e o filho dele, que não teve o nome divulgado, foram indiciados por homicídio qualificado. Átila foi o responsável por orquestrar o ataque à casa das vítimas.
Ao DIA, Evanilda Almeida, mãe de Luciana, contou que Átila foi assassinado um ano depois do crime, no Espírito Santo, e não chegou a cumprir a pena pelos homicídios. Ainda segundo ela, o segundo envolvido no crime, que também foi indiciado pelo crime, foi morto pelo tráfico de drogas logo depois. No entanto, câmeras de segurança da rua mostraram que uma terceira pessoa também participou do crime, dando fuga para os criminosos.
O terceiro envolvido seria o irmão de Átila, identificado apenas como Alan, que está vivo, mas não teve o nome citado no processo da DHC. Cinco anos depois de perder a filha e os netos, Evanilda ainda luta para que a polícia e a justiça cheguem até o motorista que levou Átila e o filho à casa das vítimas e, depois, os ajudaram a fugir. "Na época a gente mostrou as imagens de câmeras de segurança, mas a polícia nos disse que não daria para ir até eles, pois estavam escondidos em favelas. Eles eram envolvidos com o tráfico de drogas", diz a avó de Lindsay e Wictor.
"Há cinco anos minha família foi assassinada na Rua Igaratá, em Marechal Hermes. Luciana, Wictor e Lindsay foram mortos dormindo, covardemente, por causa de uma casa que pertencia à avó do companheiro da minha filha, e único sobrevivente da chacina. Wladimir discutiu com o primo Átila, que à noite matou todos. Até hoje a Justiça do Rio não deu um desfecho. Apesar da morte de Átila, ainda há o motorista que o levou no local e ficou aguardando para dar fuga", desabafa a mãe de Luciana.
Questionada sobre a ausência da terceira pessoa no processo, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) informou que o inquérito foi relatado em junho de 2020 e encaminhado à Justiça. A especializada também confirmou que duas pessoas foram indiciadas pelo crime.
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