Rio - Estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) interditaram duas faixas da Rua São Francisco Xavier, no Maracanã, na Zona Norte, durante uma manifestação no início da noite desta sexta-feira (16). Por causa do protesto, motoristas enfrentaram congestionamento na pista sentido Méier. Equipes da Guarda Municipal e a Polícia Militar foram acionadas.
Com cartazes e faixas erguidos, o grupo exigia a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024, que prevê mudanças para a obtenção de bolsas e auxílios da assistência estudantil.
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"Recua, reitoria" e "Pode bater e reprimir, o nosso lema é ocupar e resistir" são alguns dos gritos que o grupo entoou. A concentração do ato teve início às 18h no portão 5 do campus do Maracanã, um dos principais da Uerj.
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Apenas uma via aberta na São Francisco Xavier nesse momento. Concentração dos estudantes já começa a tomar a rua no Maracanã. pic.twitter.com/oaG30W2npX
Estudantes começam a se concentrar no portão 5 (São Francisco Xavier) pra mais um ato contra a AEDA da fome. Centenas de estudantes já começam a se encaminhar para sair da UERJ e ocupar a rua.
O protesto aconteceu depois de um intenso confronto entre ocupantes da universidade e seguranças que tentavam desmontar as barreiras e entrar no Pavilhão João Lyra Filho. Após a passeada em via pública, os estudantes também manifestaram na entrada do prédio onde houve confronto com os seguranças na quinta-feira (15).
Os protestantes repercutem, ainda, uma declaração da reitora Gulnar Azevedo durante o Conselho Universitário da Uerj, realizado na tarde desta sexta-feira (16). Ao ser interrompida durante o conselho, Gulnar pediu respeito e reclamou de um quadro da neta dela que teria sido destruído na ocupação. "Exijo respeito, eu estou sem possibilidade e impedida de entrar na minha sala, onde quebraram a foto da minha neta", disse.
"O protesto acontece depois de um Consun bizarro em que a reitora chegou a comparar a AEDA com um porta retrato quebrado", reclamou uma estudante.
A Uerj abriu uma sindicância para apurar e identificação dos envolvidos na obstrução do prédio. "Gerações investiram toda a sua energia para que as Universidades públicas estivessem abertas, como espaços fundamentais de construção do pensamento crítico, das práticas democráticas e políticas de inclusão", informou por meio de nota.
Uma das principais mudanças do Aeda, que provocaram diversas manifestações de estudantes, incluindo a ocupação da reitoria da Uerj no dia 26 de julho, é a revisão da renda mínima necessária para que alunos de ampla concorrência possam acessar a Bolsa Auxílio Vulnerabilidade Social (Bavs), com pagamento de R$ 706 por mês, tendo duração de dois anos. Antes, para obter o benefício, era necessária a declaração de um salário mínimo e meio, agora, é só meio salário
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