Ana Beatriz foi com a família até a igreja de Nossa Senhora da Ajuda após ter altaArquivo pessoal

Rio - A menina Ana Beatriz Barcelos, 13 anos, recebeu alta na tarde desta segunda-feira (2). A adolescente passou mais de 80 dias no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, para onde foi transferida após passar por cirurgia no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador. Ela foi baleada em 13 de junho durante tiroteio entre policiais militares e criminosos no bairro da Zona Norte.
Tia da menina, Elaine Silva a acompanhou ao longo de todo o período de internação. "O primeiro lugar que a Ana Beatriz quis passar foi na Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda para reafirmar a fé dela e agradecer pelo milagre da vida", afirmou.
Ana Carla do Nascimento, mãe da jovem, acrescentou: "E todos nós, familiares, estamos ajoelhados em gratidão a Deus. E agradecemos também a todos que estiveram conosco nessa corrente de fé em prol da saúde da Ana Beatriz".
Durante o tempo em que ficou na unidade, a menina criou uma conta no Instagram para compartilhar registros de suas pulseiras e terços feitos à mão, com peças de miçangas, que estão à venda e são entregues pela família.
Investigações
Ana Beatriz foi baleada na rua de casa quando voltava do balé com a tia. Ela foi atingida por uma bala perdida na barriga durante confronto entre policiais militares e criminosos. Ao longo do período em que ficou internada, ela passou por duas cirurgias e perdeu o baço, rim esquerdo, parte do intestino grosso, parte do estômago e a base do pulmão.
Questionada sobre as investigações do caso, a Polícia Civil informou que estão avançadas. Para as próximas semanas, está prevista a realização de uma reprodução simulada para a identificação da dinâmica e da autoria do disparo que acertou Ana Beatriz. Toda a guarnição policial que atuou no dia do evento participará da diligência.
A Polícia Civil disse que os policiais militares envolvidos na ação e outras testemunhas foram ouvidos. Os investigadores também já checaram imagens de câmeras de segurança da região, além de documentos médicos da vítima e laudos periciais.