Luzia Helena Reis, de 60 anos, foi assassinada pelo filho em CosmosArquivo Pessoal

Rio - Peritos do Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, localizado no Centro, ainda não identificaram o corpo de Luzia Helena Reis, de 60 anos, porque suas digitais foram queimadas. A vítima foi morta pelo filho a facadas em Cosmos, na Zona Oeste, e teve parte do cadáver carbonizado.
Bruna Reis, de 29 anos, sobrinha da vítima, esteve no IML na tarde desta quarta-feira (4), pelo segundo dia consecutivo, para liberar o corpo. Ela foi avisada que não seria possível identificar o cadáver pela digital. Agora, a família aguarda a identificação pela arcada dentária e teme que a vítima seja liberada como indigente.
"Não estão conseguindo localizar a digital. Já fizeram a necropsia, mas não estão conseguindo dizer que é ela pela digital. Vão ver pela arcada dentária para identificá-la. Se não, ela vai sair como indigente. Está sendo muito difícil mesmo. Ela era uma pessoa maravilhosa. O corpo está passando por decomposição e vai ficando pior. O mais chato ainda e o mais triste é a minha tia sair do IML como indigente por causa do filho. Vai fazer quase uma semana que a minha tia foi morta para ser enterrada. Está sendo muito difícil", disse ao DIA.
A sobrinha destacou que o assassinato teria sido cometido na sexta-feira (30), mas o cadáver só foi localizado em um terreno baldio nesta segunda-feira (2), dia da prisão em flagrante de Moisés Reis de Souza, de 20 anos, filho da vítima.
Relembre o caso
O caso aconteceu na localidade conhecida como Vale das Palmeiras, em Cosmos. Amigos de Luzia notaram o seu desaparecimento neste final de semana. Segundo informações preliminares, a vítima tinha discutido com o filho sobre o namoro antes de ser assassinada.
Luzia foi morta a facadas e carregada para um terreno baldio, onde teve o corpo queimado. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 40º BPM (Campo Grande) foram chamados para verificar um homicídio na noite desta segunda-feira (2) no cruzamento da Rua Projetada Dois com a Rua Icurana. No local, eles encontraram o corpo da mulher.
Posteriormente, os agentes conseguiram prender Moisés e a namorada, uma adolescente de 17 anos, na região. Eles foram encaminhados à 35ª DP (Campo Grande) e depois transferidos para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
A Policia Civil informou que o jovem foi autuado em flagrante por feminicídio, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e corrupção de menores.
Ao DIA, Bruna Reis, sobrinha da vítima, contou que Luzia não aceitava que a namorada do filho morasse na casa dela. Há três meses, a adolescente foi para a residência da família e, desde então, ela teria conflitos com a sogra. Para Bruna, Moisés matou a mãe a pedido da jovem.

"Foi a pedido da namorada porque a minha tia não aceitava ela dentro da casa dela. Eles estavam morando há uns três meses. Aí começou um conflito entre os três. Desde quando a namorada dele começou a morar lá, ela tinha conflito com a minha tia, que não queria que ela morasse lá. Ela foi expulsa de casa, então dá para ver que não era uma boa pessoa. Minha tia tinha um dinheiro para receber e ele foi e matou ela. Ele disse que ia ficar com o dinheiro, a casa e a mulher”, disse.
Segundo Bruna, Moisés deu um chute na barriga da mãe e a esfaqueou no pescoço. Após isso, ele queimou o corpo da vítima e colocou em um terreno baldio.
"Uma prima dele foi lá e colocou ele contra a parede. Foi quando ele confessou que deu um chute na barriga da minha tia, passou a faca no pescoço dela, deu mais facadas e tentou queimar ela. Como ele sabia que na segunda (2) eu ia atrás dela, ele pegou o corpo junto com a namorada e jogou a minha tia em um terreno baldio. Ele confessou para a prima dele onde estava o corpo, que estava meio carbonizado, cerca de 30%, com uma manta enrolada e nua. Ele ficou sexta à noite, mais o sábado inteiro, mais o domingo, e só na madrugada de segunda-feira que ele jogou a minha tia em um terreno baldio", explicou.
O jovem aguarda a realização da audiência de custódia.