Rio - A Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO) denunciou e a Justiça tornou réus, nesta quarta-feira (4), mais três pessoas por vazamentos de informação do caso Marielle Franco. Segundo os promotores do Ministério Público do Rio (MPRJ), o trio alvo de processo repassaram informações sobre a operação Lume que resultou na prisão de Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, executores da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
O policial militar Maurício da Conceição dos Santos Júnior (conhecido como Mauricinho), Jomar Duarte Bittencourt Júnior (o Jomarzinho), e Maxwell Simões Corrêa (Suel), serão julgados pelo crime de obstrução de investigação envolvendo organização criminosa.
A apuração do Gaeco revelou que Jomar Júnior vazou a informação para o policial militar que, por sua vez, repassou para Maxwell os detalhes sobre a operação Lume. A ação foi deflagrada em 12 de março de 2019 e resultou na prisão de Ronnie e Elcio.
O vazamento foi confirmado através de conversas via aplicativo de mensagem WhatsApp, onde os denunciados falavam abertamente sobre a deflagração da operação. No registro, os dois se referem a ação que aconteceu na madrugada e a conectavam com o "Caso Marielle".
Para os promotores, um dos indícios do vazamento é o fato de Ronnie Lessa ter sido preso enquanto tentava fugir do condomínio residencial Vivendas da Barra, abordado já na Avenida Lúcio Costa, em frente ao local. De acordo com os promotores, além de tentar impedir a prisão dos executores, o repasse da informação causou prejuízo também à apuração dos homicídios e de outros crimes a ele relacionados.
A denúncia contra o trio foi enviada à Justiça e recebida pela 33ª Vara Criminal, incluindo o pedido de prisão do trio, que acabou sendo rejeitado pelo juízo. O magistrado, contudo, deferiu somente a suspensão do exercício da função pública e a suspensão do porte funcional de arma do policial militar Maurício da Conceição dos Santos Júnior e impôs medidas cautelares contra Jomar Júnior.
O réu agora está proibido de manter contato com as testemunhas arroladas no processo ou com demais denunciados. Ele também deve se apresentar bimestralmente em juízo e está proibido de sair do Rio de Janeiro sem comunicação antecipada.
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