A capital registrou o dia mais quente do invernoAFP

Rio - Tosse, espirro e garganta ressecada. Estes são alguns dos sintomas que os cariocas têm apresentado recentemente com a queda da qualidade do ar. Além da onda de calor e da baixa umidade, a chegada da fumaça causada pelas queimadas que atingiram alguns pontos do estado ligam um alerta para a saúde respiratória. Especialistas da área dão dicas para os cuidados durante o período.
Na quarta-feira (11), a umidade relativa do ar não passou dos 30% durante a tarde e, segundo o Sistema Alerta Rio, a temperatura atingiu os 40,4°C, às 14h40, em Irajá, a mais quente do inverno até o momento. E a previsão do tempo para os próximos dias mostram que o calor e a baixa umidade não vão dar trégua ao carioca. Moradora da Zona Norte, a universitária Elaine Cordeiro, 20 anos, sente na pele os efeitos desse tempo. "Com a falta de chuvas, aumenta a poeira. Comecei a sentir dor de garganta, as vias aéreas e a minha pele ficam ressecadas, tenho coriza, espirros, dificuldade para respirar e o nariz entupido", relata.

A estudante ainda conta o que tem feito para tentar diminuir essa sensação. "Bebo muita água e hidrato as vias aéreas. Consumo sucos com vitamina C, além de tomar remédio para rinite", acrescenta.

Os incêndios recorrentes, a ausência de chuva em algumas regiões e os dias de altas temperaturas tendem a piorar o cenário, especialmente para as faixas etárias mais vulneráveis a infecções, segundo o médico José Pozza. "Geralmente, crianças e idosos têm o sistema respiratório menos eficiente, enfrentando mais dificuldades para combater as agressões. Além disso, podem ter o sistema imunológico mais frágil", declara.

De acordo com o professor de Pneumologia da Universidade do Estado do Rio (Uerj), o médico Thiago Mafort, esses fenômenos representam um grande risco para a saúde.

"A inalação da fumaça próxima às áreas de queimada é potencialmente perigosa devido à possibilidade de intoxicação por monóxido de carbono, que pode ser fatal, além da possibilidade de queimadura das estruturas internas do sistema respiratório. O contato mais distante, com a fumaça que se dissipa com os ventos, pode causar desconforto nas narinas, na garganta e também nos pulmões. Pessoas com doenças respiratórias prévias, como asma, rinite e enfisema, podem ter suas condições agravadas pelo contato com o material particulado carregado pela fumaça das queimadas”, explica.

Os especialistas sugerem algumas medidas para amenizar a situação, como ingerir bastante líquidos e hidratar a mucosa nasal com soro fisiológico. Em ambientes com fumaça, o uso de máscara tipo N95 pode ajudar a reduzir o contato com as substâncias nocivas. Um balde com água ou toalha molhada também podem ajudar. Nas redes sociais, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orienta a população a procurar ajuda médica em casos de crises alérgicas e problemas respiratórios mais graves.
*Reportagem da estagiária Mariana Salazar, sob supervisão de Larissa Amaral.
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