Eliana de Lima Tavares, de 59 anos, e o filho, estudante de medicina, Carlos Eduardo AquinoReprodução

Rio - A Polícia Civil concluiu que o estudante de medicina Carlos Eduardo Tavares de Aquino Cardoso, de 32 anos, atropelou a mãe propositalmente em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, na noite de 28 de outubro. Na ocasião, Eliana de Lima Cardoso, de 59 anos, estava em uma bicicleta elétrica quando foi atingida pelo filho e morreu na hora.

De acordo com as investigações da 146ªDP (Guarus), o jovem tinha um comportamento agressivo e já possuía histórico de agressões contra a mãe. Em um vídeo feito dentro de casa, Carlos Eduardo aparece gritando e batendo nela depois de pedir R$ 5. "Morre logo, sua desgraçada. Vai ser a vida inteira assim? Até quando você vai ser doente? Você é um lixo!", diz ele nas imagens enquanto agride a mãe, que está sentada no sofá.
A polícia concluiu que Carlos Eduardo agiu com intenção de matar com base em diversos fatores. Em primeiro lugar, segundo a corporação, testemunhas relataram que ele mantinha um histórico de agressões físicas e ameaças de morte contra a vítima, o que também é comprovado por registros de ocorrências e imagens.
De acordo com a polícia, antes do atropelamento, Carlos Eduardo foi até a comunidade Tira-Gosto para comprar cocaína e maconha. Ao retornar, o estudante viu a mãe na Avenida Francisco Lamego e, de imediato, teria acelerado na direção dela e acertado Eliana pelas costas.
Além disso, após o crime, de acordo com a polícia, Carlos tentou fugir do local, indicando algum grau de consciência sobre a gravidade do ato. Análises de câmeras mostram que ele dirigia o veículo normalmente antes do incidente, só acelerando excessivamente quando percebeu a vítima em sua frente.
Ainda de acordo com as investigações, ao ser abordado, ele demonstrou desprezo pela mãe falecida. A corporação ressaltou que o local estava bem iluminado, e Carlos possuía capacidade de reconhecer familiares, reforçando que ele sabia exatamente quem era a pessoa à sua frente quando agiu.

O inquérito policial foi concluído e relatado ao Ministério Público. A Justiça já aceitou a denúncia do MPRJ. O estudante vai responder por feminicídio, cinco lesões corporais culposas contra as pessoas que estavam em um carro, que também foi atingido pelo acusado, além de responder por dirigir sob efeito de entorpecente.
Em abril do ano passado, Eliana publicou uma foto ao lado do filho, comemorando a reta final do curso. Na postagem, a mulher disse que estava orgulhosa de Carlos Eduardo. "Você não tem noção da minha alegria e admiração por você! Hoje as lágrimas rolam em meu rosto, mas de felicidade e de orgulho de você. Dedicado e muito eficiente no que faz e fico imensamente grata a Deus por você conseguir realizar essa linda missão que é salvar vidas”, escreveu.