Rio - Após determinação da Justiça Federal, o fornecimento de energia elétrica e água foi restabelecido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Museu Nacional na noite desta quinta-feira (14). De acordo com a instituição, todos os prédios da Cidade Universitária estão com água nas torneiras, e o complexo do Museu Nacional passou a contar com energia novamente a partir das 18h30, após a finalização dos reparos na subestação.
Os cortes haviam sido realizados devido a dívidas acumuladas pela universidade junto às concessionárias Light e Águas do Rio, somando aproximadamente R$ 50 milhões. Na decisão, o desembargador Alcides Martins, do Tribunal Regional Federal, determinou que a “Light se abstenha de interromper o fornecimento de energia nas instalações” da UFRJ e realize o religamento imediato das áreas afetadas, considerando o caráter essencial das atividades acadêmicas e dos serviços de assistência prestados pela instituição.
De acordo com a Light, as dívidas são referentes a faturas vencidas entre março e novembro de 2024, além de R$ 3,9 milhões em parcelas não quitadas de um acordo firmado em 2020. Na época, a concessionária e a UFRJ pactuaram o parcelamento de uma dívida de R$ 21,3 milhões, mas apenas R$ 13 milhões foram pagos até o momento.
Em nota, a Águas do Rio informou que a universidade está plenamente abastecida. A empresa disse, ainda, que segue em negociação com a instituição.
O reitor da UFRJ, Roberto Medronho, afirmou, durante aula pública nesta quarta-feira (13), que a situação de inadimplência é resultado de um déficit orçamentário acumulado ao longo dos últimos oito anos, que já chega a R$ 192 milhões, sendo R$ 70 milhões somente neste ano.
A UFRJ informou que está redirecionando recursos destinados a outras finalidades para quitar parte da dívida e garantir o pagamento de uma parcela. Outra parte será coberta por um repasse emergencial de R$ 1,5 milhão do Ministério da Educação, com expectativa de um projeto para um repasse adicional de R$ 3 milhões.
Museu Nacional
O Museu Nacional, que também pertence à UFRJ, chegou a ter as instalações afetadas pelo corte de energia. No entanto, após um pedido urgente da universidade, a energia foi restabelecida. A instituição alertou que o corte de eletricidade em um espaço como o Museu Nacional representa um risco real de incêndio e de perda do acervo histórico. Isso ocorre porque algumas coleções são mantidas em álcool e necessitam de refrigeração constante, uma vez que a exposição a temperaturas elevadas, por períodos prolongados, pode comprometer seriamente a segurança e a preservação dessas peças valiosas.
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