Eduardo Paes é o prefeito do Rio de JaneiroRenan Areias / Agência O Dia

Rio – O prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD) e o senador Sergio Moro (União Brasil) discutiram nas redes sociais nesta sexta-feira (22). Eles trocaram farpas após o mandatário comentar uma publicação ao juiz Marcelo Bretas e se atacaram em temas sobre corrupção e Justiça.
Bretas compartilhou artigos do Código Penal com regras aplicáveis para avaliar a relevância de uma ação criminosa. A postagem aconteceu dias após a Polícia Federal (PF) deflagrar, na última terça-feira (19), a Operação Contragolpe, que cumpriu mandados contra suspeitos de planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em 2022.
O prefeito do Rio, então, compartilhou um print do texto no X postado por Bretas, com a legenda "Delinquente sendo delinquente!". Horas depois, Moro respondeu. "Delinquentes eram os seus amigos que ele prendeu", disse.
Em seguida, Paes rebateu o senador com um texto atacando ele e Bretas, afirmando que ambos "destruíram a luta contra a corrupção".
"Vocês dois são o exemplo do que não deve ser o judiciário. Destruíram a luta contra a corrupção graças a ambição política de ambos. Você ainda conseguiu um emprego de ministro da justiça e foi mais longe na política. Esse aí nem isso. Ele era desprezado pelo próprio Bolsonaro que fez uso eleitoral das posições dele. E quem me disse isso foi o próprio ex-presidente. Recolha-se a sua insignificância. Aqui você não cresce! Lixo!", disparou.
Moro respondeu novamente, publicando uma foto do prefeito com Sérgio Cabral e Lula. "Errado, quem destruiu o combate à corrupção foram os amigos dos delinquentes, ou seja, sua própria turma da impunidade. Ofensa de baixo calão não muda os fatos e só mostra quem ou o que você é", disse.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na última terça-feira (19), a Operação Contragolpe, para cumprir mandados de prisão preventiva, busca e apreensão contra suspeitos de planejar um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito nas Eleições de 2022.
As investigações apontam que a organização criminosa utilizou um elevado nível de conhecimento militar para coordenar ações ilegais em novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais.

Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento denominado "Punhal Verde e Amarelo", que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, com o objetivo de matar os já eleitos presidente Lula e vice-presidente Alckmin.
Horas após a discussão entre Paes e Moro, a PF indiciou, nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Braga Netto e outras 35 pessoas pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. 
* Com informações do Estadão Conteúdo