Rio - Os policiais militares envolvidos no tiroteio que terminou com uma mulher baleada, na noite de quinta-feira (21), no Méier, Zona Norte, não usavam câmeras corporais. A informação foi confirmada pela Polícia Militar. Em nota, a PM disse que o comando da corporação vai apurar o motivo pelo qual os agentes não estavam com o equipamento.
A polícia informou, ainda, que o uso das câmeras é obrigatório por todos os militares no momento em que assumem o serviço de policiamento ostensivo para o qual estão escalados. Por fim, a PM disse que colabora integralmente com as investigações da Polícia Civil.
Sara Regina Cardoso Coelho, de 28 anos, foi atingida enquanto passava pela Rua Silva Rabelo na noite de quinta-feira (21), acompanhada do marido, quando o veículo do casal foi alvejado por pelo menos cinco disparos, sendo três na parte lateral e o restante nos pneus.
De acordo com a família, os policiais atiraram contra o carro sem dar qualquer ordem de parada. A PM, no entanto, alega que um outro automóvel foi abordado e ocupantes do veículo reagiram, provocando um confronto que deixou a vítima ferida.
A mulher voltava para casa com o marido, após sair do Hospital Federal da Lagoa, na Zona Sul, onde a filha deles está internada há mais de 15 dias, por conta de uma infeção no sangue. Já no Méier, eles pararam em um sinal de trânsito e perceberam a movimentação de PMs a pé.
O irmão da vítima Daniel Domingos relata que os policiais atiraram por trás do carro. Ao perceber os disparos, a mulher, que estava no carona, se agachou, mas acabou sendo atingida na barriga, momento em que o companheiro saiu do automóvel em direção aos militares, que a socorreram.
Sara estava internada no Hospital Municipal Salgado Filho, onde passou por uma cirurgia de retirada de parte do intestino. Ela foi transferida para o Hospital Memorial da Tijuca na tarde desta sexta-feira (22).
Segundo a Polícia Militar, equipes do 3º BPM (Méier) realizaram uma abordagem a um veículo do tipo sedan de cor branca, na Rua Silva Rabelo, quando os ocupantes reagiram e houve confronto. "No local, a passageira de um veículo próximo foi atingida e socorrida ao Hospital Salgado Filho", informou a corporação. Na unidade de saúde, segundo o irmão, ele e a mãe foram coagidos pelos PMs e um dos agentes chegou a dizer que o caso não era grave e que Sara logo poderia ir para casa.
De acordo com a Polícia Civil, o veículo da vítima passará por exame de perícia e os PMs envolvidos e testemunhas serão ouvidos. "Demais diligências serão realizadas para identificar a origem do disparo que atingiu a mulher e esclarecer a dinâmica dos fatos", completou.
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