Operação policial no Complexo da Penha, nesta terça-feira (3), teve 13 presosReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Complexo da Penha vira refúgio para chefe do CV no Pará e outros traficantes do Norte
Polícia Civil estima que 80 criminosos dessa região estejam escondidos no estado fluminense
Rio - A Polícia Civil do Pará, que participou da megaoperação no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (3), estima que cerca de 80 criminosos do estado estejam escondidos no Rio. As investigações revelaram, ainda, que a maioria delas está escondida no Complexo da Penha. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa na Cidade da Polícia. Entre os foragidos está um dos líderes do Comando Vermelho (CV) no Pará Anderson Latrol.
Ele e outros criminosos da alta cúpula do CV foram alvos da operação deflagrada em conjunto com as polícias Civil e Militar na Penha. Ao todo, um suspeito morreu, seis pessoas ficaram feridas e 13 foram presas. Também foram recuperados 23 veículos roubados. A megaoperação, considerada um sucesso pelas autoridades policiais, cumpriu 114 mandados de busca e apreensão.
A fuga de traficantes do Pará para o Rio de Janeiro é investigada pelas autoridades há meses. "Nós identificamos que o Complexo da Penha se tornou, na verdade, a base operacional do Comando Vermelho, que é a facção criminosa atuante naquela localidade. E é de lá que saem ordens das lideranças para a prática de roubos de veículos e roubos de cargas, principalmente na capital e na Região Metropolitana. São eles que fomentam esses tipos de roubos", afirmou o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
Em abril deste ano, o chefe da segurança de Anderson Latrol foi preso na Vila Cruzeiro, na Penha. Dielson Assunção Silva Filho, conhecido como 'Lank' ou 'Disciplina', era foragido da Justiça e responde por tráfico de drogas. Ele foi localizado durante uma ação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Polícia Civil do Estado do Pará.
As investigações apontam que Dielson estava escondido no Rio há dois anos. Inicialmente, ele teria atuado como segurança do criminoso conhecido como Léo 41, morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em março de 2023, no município de São Gonçalo.
Ainda durante a coletiva na Cidade da Polícia, na tarde desta terça-feira, o secretário estadual Victor Santos, responsável pela Segurança Pública, afirmou que a operação é a primeira de diversas incursões que acontecerão em áreas controladas por organizações criminosas. "Hoje, a gente começa uma das operações dentre outras várias que vão haver no Rio de Janeiro. Não vai haver local no Rio de Janeiro onde a ação da segurança pública não vai estar", destacou o secretário.
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