Rio - O Exército Brasileiro transferiu para Brasília nesta quinta-feira (5) dois militares das Forças Especiais do Exército, intitulada 'Kids Pretos'. Ambos foram presos no Rio há duas semanas por suspeita de envolvimento na trama de um golpe de Estado em 2022, que incluía a morte do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
O General de Brigada Mário Fernandes embarcou pela manhã para a Base Aérea de Brasília. O Tenente-Coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo estava com previsão de poso para 16h50. Ambos serão encaminhados ao Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB).
A Polícia Federal investiga se os integrantes das Forças Especiais usaram técnicas militares para incitar a tentativa de golpe de Estado no país. No último dia 19, quatro militares foram presos, três deles integrantes dos 'Kids Pretos', e um policial federal também foi detido.
- Hélio Ferreira Lima: militar com formação em Forças Especiais
- Rafael Martins de Oliveira: militar com formação em Forças Especiais
- Rodrigo Bezerra de Azevedo: militar com formação em Forças Especiais
- Mário Fernandes: general reformado que foi secretário executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e hoje é assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello
- Wladimir Matos Soares: policial federal
Segundo as informações da PF, as investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).
Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado "Punhal Verde e Amarelo", que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado para matar os já eleitos presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
De acordo com corporação, ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado.
A PF destacou que o planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise".
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