Rio - O menino de 4 anos, morto com um tiro na cabeça após uma discussão entre os pais no Morro da Fé, na Penha, será enterrado na tarde deste sábado (14) no Cemitério de Irajá, Zona Norte do Rio. O velório está marcado para começar às 11h.
O garoto estava dentro do carro com o pai quando foi atingida por um tiro disparado por criminosos da região. De acordo com o relato de André da Rosa Magno, durante uma briga com sua ex-mulher, ela teria acionado traficantes da região. Com medo pela sua segurança, ele colocou o menino no carro e tentou fugir, mas acabou atropelando um dos criminosos.
Em seguida, os traficantes atiraram contra o veículo, e um dos disparos atingiu a cabeça do garoto. Já a mãe nega ter chamado traficantes e alega que foi até a casa do ex-marido para ver o filho, após dias sem contato. Segundo Raquel Gomes Delgado, o barulho da discussão atraiu integrantes do tráfico local, que intervieram na situação, culminando na fuga do pai e nos disparos.
O menino foi levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu e morreu na unidade. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que busca esclarecer as circunstâncias do crime e identificar os responsáveis pelo disparo.
Dados do Instituto Fogo Cruzado apontam que a criança é a 25ª vítima menor de idade baleada no Grande Rio em 2024. O número já iguala o total de crianças atingidas por disparos em 2023 e também em 2018, ano da Intervenção Federal no estado, mesmo com o ano ainda não concluído.
Relação conturbada
A relação conflituosa entre os pais da criança já havia gerado desdobramentos na Justiça em diferentes ocasiões, incluindo episódios de agressão. Em 2022, André da Rosa Magno foi condenado a dois anos de prisão em regime aberto pelo crime de lesão corporal gravíssima, após agredir um homem que entregava uma encomenda para Raquel Gomes Delgado no prédio onde ela trabalhava.
Além disso, há registros de dois processos por violência doméstica contra André no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), ambos arquivados porque Raquel desistiu das ações. Em julho de 2020, ela informou não precisar mais das medidas protetivas concedidas um mês antes, em um caso que envolvia agressão enquanto estava grávida de oito meses. Já em 2022, Raquel comunicou, por meio da Defensoria Pública, que não tinha interesse em continuar com o processo, pois havia retomado o relacionamento com o marido.
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