Ato lembra um ano do desaparecimento de menino Edson Davi na Praia da Barra da TijucaReprodução/Redes sociais
Ato lembra um ano do desaparecimento de menino Edson Davi na Praia da Barra
Nesta sexta-feira (3), mãe da criança voltou a pedir ajuda da Polícia Federal para investigar o caso
Rio - Amigos e familiares de Edson Davi, de 6 anos, fizeram um ato na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, pedindo ajuda da Polícia Federal para que o caso de desaparecimento do menino, que completa um ano, seja investigado. Com cartazes e faixas, os manifestantes se posicionaram, na manhã desta sexta-feira (3), no mesmo local onde o menino foi visto pela última vez. "Pedimos ajuda da Polícia Federal para investigar o que aconteceu com o Davi", diz a mensagem.
Marize Araújo, mãe de Edson Davi, não acredita na hipótese de afogamento, apontada pelos investigadores da Polícia Civil. Segundo ela, o filho pode ter sido raptado para tráfico humano internacional e, por isso, a Polícia Federal teria mais competência para apurar. A criança desapareceu no dia 4 de janeiro de 2024, quando brincava na areia, na altura do Posto 4.
"Mesmo doendo muito relembrar a data mais terrível da minha vida, é preciso continuar lutando. Eu preciso saber onde está o meu pequeno Edson Davi. Queremos resposta", diz Marize. Cerca de 20 pessoas, entre parentes e amigos, participaram do ato. Familiares e amigos também vão realizar mais um ato às 10h deste sábado (4), na Praia da Barra.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, na última quinta-feira (2), a mãe do menino mostrou o quarto do filho arrumado, com diversas fotos e quadros com a imagem dele. "Um ano esperando te encontrar, meu filho tão amado", escreveu ela. Veja o vídeo abaixo:
Edson desapareceu no dia 4 de janeiro, quando acompanhava os pais na barraca onde trabalham na Praia da Barra da Tijuca. Marize tinha levado o outro filho a uma consulta médica. A última vez que ele foi visto foi às 16h46, horário registrado em uma gravação feita por um funcionário da barraca da família.
A mãe afirma que Edson tinha medo do mar e não teria mergulhado. Além disso, cerca de 400 metros da extensão da praia não tiveram imagens registradas nas câmeras de segurança.
O que diz a Polícia Civil
Apesar da convicção da família sobre o rapto, a Polícia Civil afirma que várias linhas de investigação foram consideradas, sete denúncias apuradas, 21 pessoas ouvidas e que algumas afirmaram ter visto o menino entrando no mar. Em um desses trechos, foi narrado que ele teria, inclusive, pedido uma prancha para usar.
"A investigação está em andamento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) para esclarecer todos os fatos, e é acompanhada pelo Ministério Público. No decorrer da apuração, foram analisadas imagens de 13 câmeras de segurança localizadas ao redor da orla, em um perímetro de dois quilômetros. Essas imagens, que estão na posse da Polícia Civil e que a investigação particular não teve acesso, mostram o menino na barraca do pai logo após a partida de futebol. Não há registro de imagens que mostrem ele saindo da praia", informa um trecho do comunicado da Polícia Civil em agosto do ano passado.
Ainda segundo o comunicado, nem todos os casos de afogamento tem corpo localizado. "Entre 2020 e 2024, foram registrados em delegacias 44 desaparecimentos de pessoas nas águas do estado do Rio de Janeiro, e os corpos de 15 delas não foram localizados, ou seja, 34% do total, segundo levantamento da DDPA", pontua.
Por fim, a nota cita trecho dos autos onde laudo pericial aponta que "a decomposição de corpos de crianças no mar ocorre mais rápido do que de adultos, dadas as características do corpo, como maior presença de cartilagens". O comunicado finaliza afirmando que todos os fatos apontam para afogamento: "Não havendo qualquer indício de crime".
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