Rio - Moradores da Rua Caminho Simões Lôbo, em Campo Grande, denunciam que cerca de 14 cavalos estão sendo mantidos em condições de maus-tratos na região. Os animais, frequentemente amarrados em calçadas, se alimentam de lixo e são obrigados a puxar carroças que são fretadas.
Imagens enviadas ao DIA mostram um dos cavalos preso em um fio de poste, enquanto os outros estão espalhados pela rua, próximos a carroças, entulhos e fezes. No vídeo, não é possível ver água e nem comida perto do animal. Assista:
Moradores denunciam maus-tratos a cavalos em Campo Grande.
De acordo com os relatos, o problema persiste há mais de 10 anos, sem qualquer intervenção por parte das autoridades. Um dos moradores, que prefere não se identificar, relata ter enviado vídeos à subprefeitura da Zona Oeste, mas nenhuma medida foi tomada.
"Isso é de conhecimento de todas as autoridades. Entra subprefeito, sai subprefeito... É uma coisa surreal! Eles [cavalos] circulam por Campo Grande como se fosse uma fazenda. Eles ficam espalhados pelo bairro, são obrigados a carregar carga pesada, entulho, carcaça de carro, ferragem, lixo, material de construção, todo tipo de material que um animal não devia carregar. É uma atrocidade", detalha.
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Ainda segundo os moradores, os tutores dos animais moram na rua e deixam os cavalos passar o dia expostos ao sol, sem alimentação ou cuidados básicos. Quando se ferem, são descartados e rapidamente substituídos.
"Ninguém sabe qual é o destino que os animais levam. Passam dois, três dias, eles aparecem com outro. Eles não cuidam, nunca deram um tratamento digno ao animal, nem um remédio, nada!", denuncia.
'Cheiro é horroroso'
Além do sofrimento animal, os maus-tratos têm impactado diretamente a qualidade de vida dos moradores da região, que precisam lidar com fezes e urina dos cavalos espalhadas pela rua.
"O cheiro é horroroso! Urina dos animais, fezes, totalmente insalubre. As crianças não consegue nem brincar, é horrível, total descaso, parece que é uma rua invisível", desabafa o morador.
O secretário de Proteção e Defesa dos Animais, Luiz Ramos Filho, informou que vai com uma equipe e a polícia ao local para resgatar os animais.
"Precisamos ir ao local com uma equipe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Lembramos que maltratar animais é crime com pena de dois a cinco anos de prisão e a tração animal é proibida no município. As denúncias de abandono e maus-tratos a cavalos e a tração animal vêm crescendo muito. Com os animais microchipados, conseguimos identificar e punir o tutor", disse.
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