Jayme ficou sabendo do caso após ver a postagem em grupos de rede socialArquivo pessoal

Rio - O taxista Jayme da Costa Lino, de 59 anos, vive uma rotina de medo após ser acusado injustamente de ser informante da milícia no Catiri, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele afirma ter sido alvo de notícias falsas, quando sua foto e a de seu carro foram divulgadas em uma rede social, com a falsa alegação de que estaria repassando informações sobre criminosos da região.
Jayme ficou sabendo do caso após a filha, Camila Ferreira, ver a postagem compartilhada em grupos e enviar para o pai. Na publicação, três fotos do taxista em diferentes momentos do dia aparecem: uma dele na rua de casa, uma saindo da padaria e outra próxima ao trabalho da mulher.
Mensagens de ódio contra Jayme - Arquivo pessoal
Mensagens de ódio contra JaymeArquivo pessoal
"Sou taxista há mais de 30 anos, minha vida é só trabalho e casa. Não me meto com ninguém. A pessoa que botou isso, deve ter confundido, porque eu jamais me envolvo com nada. Eu estou com medo, não entendo a razão dele [ter feito isso]. Eu moro há 20 anos no mesmo lugar e não arrumo problema com ninguém, não tenho rixa com ninguém", desabafa o taxista.
Além das fotos, ameaças também são disparadas pelo mesmo perfil que compartilhou a informação falsa: "Vai sair de casa para morrer. A família não tem nada a ver com isso. Vamos matá-lo".
Após a repercussão, a rotina na vida de Jayme mudou, ele parou de trabalhar e começou a dormir na residência de familiares e amigos, com medo de voltar para casa. 
"Minha vida mudou muito, agora estou longe da minha família, longe da minha rotina. Eu sou taxista, só tenho essa renda, preciso trabalhar e não consigo mais por causa dessa fake news. A pessoa que fez isso mudou totalmente a minha vida. Agora, com medo, eu tive que sair de casa, longe da minha esposa e da minha filha", conta.
O caso foi registrado na 34ª DP (Bangu). Procurada, a Polícia Civil não retornou sobre as investigações. O espaço segue aberto.