Rio — O Ministério Público do Rio (MPRJ) realizou, nesta sexta-feira (21), a Operação Safari, para fechar dezenas de pontos de jogo do bicho, em vários bairros da capital, controlados pela organização criminosa liderada por Rogério de Andrade. A ação, feita em parceria com a inteligência da Polícia Civil, resultou na detenção de 50 pessoas.
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Os agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) mapearam pontos de atividades ilícitas nos bairros de Campo Grande, Realengo, Bangu, Santa Cruz e Centro do Rio, pertencentes à quadrilha de Rogério, preso no último dia 29 de outubro.
Os locais de jogo foram levantados após trabalho de investigação e inteligência. Os agentes apreenderam celulares, maquininhas utilizadas para processar apostas e listas com os resultados do jogo do bicho.
"A ação estratégica permitirá seguirmos o rastro do dinheiro do bicho. O Procurador Geral de Justiça determinou o empenho de toda a estrutura necessária nessas ações", afirmou a promotora de Justiça Letícia Emile, coordenadora do GAECO/MPRJ.
Quem é Rogério de Andrade
O contraventor Rogério de Andrade controla o jogo do bicho e a exploração de máquinas caça-níqueis na Zona Oeste. Com a morte do tio, Castor de Andrade, um dos maiores bicheiros do Rio nas décadas de 1970 e 1980, após sofrer um ataque cardíaco, em 1997, a herança dele foi dividida entre o sobrinho, o filho Paulo Roberto de Andrade, e o genro, Fernando Iggnácio. Desde então, eles travaram uma disputa pelo controle de pontos de contravenção, que provocou as mortes dos dois últimos.
O bicheiro também foi investigado pela morte de Paulo Roberto, um ano após a execução do pai, em 1998, com cinco tiros, na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Ele chegou a ser condenado como mandante do crime, em 2002, mas acabou absolvido em 2013. Segundo investigações da Polícia Federal, a disputa pelo espólio entre Andrade e Iggnácio provocou as mortes de aproximadamente 50 pessoas, entre 1999 e 2007. A dupla chegou a ser alvo de uma operação da PF e os dois foram presos, em 2007.
Além disso, Rogério também é patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, que tem sua mulher, Fabíola Andrade, como rainha de bateria.
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