O adolescente seguia para o aniversário de um familiar quando foi baleado nas costas e na pernaArquivo Pessoal
Família contesta alta de adolescente baleado em Curicica: 'Ele está com muita dor'
Direção do Hospital Municipal Lourenço Jorge alega que a vítima apresentou evolução clínica positiva nos últimos dias
Rio - A família de Mateus Elias da Silva Bahia, de 16 anos, contesta a decisão do Hospital Municipal Lourenço Jorge de dar alta ao jovem nesta terça-feira (25). O adolescente foi atingido por uma bala perdida na sexta-feira passada (21), no condomínio Parque Carioca, em Curicica, e, segundo familiares, ainda tem fortes dores e sangramentos.
O adolescente seguia para o aniversário de um familiar quando foi baleado nas costas, com o projétil atravessando seu abdômen. Outro disparo atingiu sua perna e precisou passar por cirurgia. A alta hospitalar foi dada na segunda-feira (24), no entanto, ele permanece internado na unidade após a família se recusar a aceitar a decisão.
"O Mateus está relatando que não está com muita câimbra na perna, está com muita dor, e eles estão forçando, dizendo que ele tem que andar, mas ele disse que tá tendo tontura, ontem ele levantou porque fizeram ele ficar andando e depois ele estava todo pálido, não estava aguentando nem falar, ele ainda tá perdendo sangue e estão falando que é normal", disse a mãe Tatiana Alves.
O pai do adolescente, Paulo Sérgio de Castro, contou que mesmo o filho alegando não estar bem, a unidade foi firme na decisão da alta.
"Simplesmente querem colocar o menino para fora dizendo que ele pode pegar uma bactéria, uma infecção no hospital e se não tirar vai acionar MPRJ, estatuto do adolescente e por aí vai", contou.
Em nota, o Hospital Municipal Lourenço Jorge informou que Mateus foi acompanhado continuamente pela equipe médica e, diante de sua evolução clínica positiva nos últimos dias, recebeu alta conforme decisão técnica dos profissionais responsáveis.
"O paciente está clinicamente bem e em condições de alta desde a segunda-feira (24), não havendo qualquer questão clínica que indique necessidade de permanecer em leito hospitalar. Ele deve continuar sua recuperação em casa, seguindo as orientações e medicação prescrita. A direção da unidade já orientou a família e permanece à disposição para outras explicações.", afirma.
A Secretaria Municipal de Saúde reforçou que manter um paciente internado sem indicação clínica aumenta o risco de infecção, atrapalha a recuperação do mesmo, além de ocupar a vaga de outro paciente que tenha a necessidade daquele leito. Quando questionada sobre possíveis ações em relação à decisão da família, a pasta não se pronunciou.
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