Carro usado por criminosos no ataque ao contraventor Vinicius Drumond é levado para a DHCÉrica Martin/Agência O Dia

Rio - Um dos carros utilizado na tentativa de homicídio do contraventor Vinicius Drumond, ocorrida no dia 11 de julho na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, era roubado e tinha placas clonadas. O veículo foi localizado em Guaratiba, também na Zona Oeste, com "seteiras", como são conhecidos os furos feitos na lataria ou nas janelas para que armas sejam posicionadas para os disparos.
De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), após a ação criminosa, os automóveis usados pelos criminosos seguiram pela Avenida das Américas, onde o atentado aconteceu e, acessaram a Avenida Lúcio Costa, para em seguida traçarem caminhos distintos.
O carro, modelo Honda HR-V preto e blindado, de onde partiu os tiros que acertaram o veículo do bicheiro, foi encontrado no mesmo dia em Guaratiba, abandonado, com um dos pneus estourado. Ele havia sido roubado há um ano. Um outro automóvel seguiu em direção a Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
A investigação identificou que, após abandonarem o carro em Guaratiba, seus ocupantes, todos portando armas longas e balaclavas, abordaram a dona de um outro veículo e a obrigaram a transportá-los até Nova Iguaçu, também na Baixada, às margens da Rodovia Presidente Dutra (BR-116). Lá, eles foram "resgatados" por outro integrante da organização criminosa.
Além do HR-V, a DHC identificou que outros quatro automóveis foram usados no planejamento e no ataque contra Drumond: um HB20 branco, um T-Cross, um Toyota RAV4 e um Nivus.
Buscas e prisões
A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (24), uma ação contra envolvidos no atentado. Segundo a corporação, agentes da DHC, com apoio de equipes da 33ª DP (Realengo), fizeram diligências no distrito de Imbariê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Rafael Ferreira Silva, o Cachoeira, e Adriano Carvalho de Araújo são considerados foragidos por suspeita de envolvimento no atentado. Outros dois homens já foram presos.
Cachoeira também é suspeito de participação no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, ocorrido no Centro do Rio, em fevereiro de 2024. Ele ainda é citado em um funk criado por membros da quadrilha do contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, para comemorar a execução de Marquinhos Catiri, miliciano que era rival do bicheiro. A morte de Crespo também estaria ligada a disputa da contravenção.
Rafael chegou a ser preso em 2022 por participar do sequestro de uma mulher, em Nilópolis, além de fazer parte de uma organização criminosa atuante em Duque de Caxias.
Dois suspeitos de envolvimento no crime já foram presos. As autoridades capturaram Deivyd Bruno Nogueira Vieira, o Piloto, de 38 anos, em operação realizada no dia 19 deste mês, em Nova Iguaçu. Em 2024, ele foi expulso da Polícia Militar após ficar comprovado o seu envolvimento nos crimes de receptação de veículo roubado e tráfico de drogas.
Já o PM da ativa Luiz César da Cunha, lotado no 15º BPM (Duque de Caxias), se entregou nesta segunda-feira (21) na sede da DHC, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Sobre a prisão, a corporação informou que colabora com as investigações e acompanha o caso por meio da Corregedoria e da Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) e acrescentou que providenciará um Registro Policial Militar contra ele.
Vinicius Drumond é apontado como um dos membros da nova cúpula do jogo do bicho do Rio. O ataque ao contraventor ocorreu por volta das 11h, na Avenida das Américas, a principal da Barra da Tijuca, perto da Estação Ricardo Marinho do BRT, no dia 11 de julho. O carro que ele conduzia recebeu ao menos 30 tiros, mas a vítima sofreu apenas lesões leves devido à blindagem do veículo.