Fraude no setor de combustíveis. Cumprimento de mandados de busca e apreensão. Na foto, movimentação de agentes chegando à sede do MPRJ, no Centro do Rio de JaneiroReginaldo Pimenta
As diligências fazem parte da operação nacional Carbono Oculto, iniciada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). Segundo o órgão paulistano, o esquema criminoso conta com a participação de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e movimentava recursos bilionários através da adulteração e distribuição irregular de combustíveis, fraudes fiscais e ambientais, além de ocultação de valores em redes de empresas de fachada e fintechs. De acordo com o MPSP, o valor estimado de tributos sonegados supera R$ 7,6 bilhões.
Ao todo, são cumpridos 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez estados que estariam envolvidos no domínio de toda a cadeia produtiva do setor do material energético que, segundo o MP, teve boa parte "capturada" pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação é composta por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Estado de São Paulo e do Ministério Público Federal, pela Polícia Federal, Civil e Militar, Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Agência Nacional do Petróleo (ANP), Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE), por meio do Grupo de Atuação Especial para Recuperação Fiscal (Gaerfis), além dos Gaecos dos Ministérios Públicos do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina e do Rio de Janeiro.
Operação Nacional
A Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do país, amanheceu nesta quinta-feira (28) sob forte presença policial. Equipes da Polícia Federal e Militar, promotores do Gaeco, além de agentes e fiscais das Receitas Estadual e Federal, cumprem mandados no local. Só na avenida, estão concentrados 42 alvos, entre empresas, corretoras e fundos de investimento, distribuídos em cinco endereços, incluindo edifícios icônicos da região.
De acordo com as autoridades, a principal instituição de pagamentos investigada, a BK Bank, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas. A Receita Federal estima que o esquema criminoso tenha sonegado R$ 1,4 bilhão em tributos federais. O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (Cira) pediu à Justiça o bloqueio de bens para recuperar os tributos estaduais sonegados, que somam R$ 7.672.938.883,21.



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