O militar foi encontrado sem vida nesta segunda (13)Acervo pessoal

Rio – Não bastasse a dor da perda, a família do militar Bruno Guimarães Ferraz, encontrado morto aos 20 anos, na madrugada de segunda-feira (13), em uma guarita da Base Aérea do Campo dos Afonsos, na Zona Oeste, ainda precisa lidar com a indiferença. A alegação dos parentes é de que a Força Aérea Brasileira (FAB) tem se mostrado omissa no caso.
Bruno Guimarães Ferraz, de 20 anos, entrou na Aeronáutica em maio deste ano - Reprodução / Redes Sociais
Bruno Guimarães Ferraz, de 20 anos, entrou na Aeronáutica em maio deste anoReprodução / Redes Sociais
 
Em entrevista à reportagem de O DIA, Maisa Viana, de 47 anos, tia de Bruno - que esteve no sepultamento dele, na manhã desta terça (14), no Cemitério Nossa Senhora da Piedade II, em Magé, na Baixada Fluminense - fez um desabafo: “Não dão detalhes, suporte em nada, atenção nenhuma. Mandaram a mãe e as tias ficarem indo para lá e para cá, sem ajuda de locomoção, tanto no dia da morte, quanto no do enterro”.
A tia do militar reclamou ainda que a FAB não se disponibilizou a colaborar com os custos do sepultamento: "Não ajudaram com enterro, nem traslado do corpo, nem nada".
Por nota, a FAB lamentou “profundamente o ocorrido” e assegurou que presta “todo o apoio necessário à família do militar”. A instituição ainda informou que abriu um procedimento administrativo interno para apurar os fatos, a fim de tomar as medidas cabíveis no âmbito militar, e colabora com “as investigações policiais”.
Questionada sobre quem estaria conduzindo tais investigações, entretanto, a FAB não fez um esclarecimento. Também procurada, a Polícia Civil ainda não retornou.
Maisa Viana contou que a FAB deu um prazo de 40 dias para que seja divulgado o resultado da causa do óbito do sobrinho, que não tinha qualquer condição clínica especial: “Era totalmente saudável”, garantiu a tia de Bruno, torcendo para que a espera por uma resposta sobre o que o levou à morte não se estenda tanto: “É o que queremos”.
O caso
Bruno ingressou na Força Armada em maio deste ano e realizava um sonho. Segundo a família, o jovem iniciou o plantão no domingo (12). No dia seguinte, colegas o localizaram já no chão da cabine de vigia quando iam rendê-lo.
Ainda de acordo com parentes, o descaso por parte da Aeronáutica começou já no momento em que o corpo foi encontrado, com demora no socorro e desamparo.