Prefeita de Quissamã, Fátima Pacheco - Divulgação/Phillipe Moacyr
Prefeita de Quissamã, Fátima PachecoDivulgação/Phillipe Moacyr
Por LUIZ ALMEIDA

Era 1° de janeiro de 2017 quando Fátima Pacheco assumiu a Prefeitura de Quissamã. Na época, as contas da cidade se encontravam em situação bastante dramática. Afinal, havia dívida de cerca de R$ 96 milhões. Não por acaso, as primeiras medidas adotadas foram drásticas, uma vez que era preciso reorganizar a máquina municipal. Passado pouco mais de um ano e meio, a prefeita não se arrepende das medidas de austeridade. Muito pelo contrário. Para ela, com a crise econômica que ainda assusta todas as esferas de poder municipal, estadual e federal , é preciso uma nova forma de governar. "Antes, os governantes pensavam que podiam quase tudo e usavam o espaço público nem sempre para o bem coletivo. Agora está claro que a gestão tem de ser para todos e que, em primeiro lugar, devemos prestar contas para a população", acredita. 

O DIA Ao assumir, a senhora encontrou uma cidade com dívida bastante alta. Como conseguiu contornar a crise? 

Fátima Pacheco  Pegamos uma prefeitura em um cenário bastante adverso. Tínhamos em torno de R$ 96 milhões de dívidas. Nosso primeiro passo, então, foi limpar o nome da cidade no Cauc (Cadastro Único de Convênios). Tínhamos oito itens no Cauc. Começamos também a renegociar as dívidas e resgatar créditos, regularizando as dívidas com fornecedores. Contornamos a crise recorrendo também à Brasília, de onde conseguimos diversas emendas parlamentares de deputados, que destinaram verbas para a cidade. Isso ajudou muito.

Passado pouco mais de ano e meio, qual a sua avaliação?

Hoje, temos avaliação bastante positiva. Estamos construindo uma creche, já reformamos duas escolas, além de postos de saúde, e vamos iniciar a construção de uma ciclovia. Retomamos também os programas sociais que estavam parados.

Quais programas estavam paralisados?

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Idosos é um deles. O outro é a bolsa de estudos para alunos da cidade estudarem em universidades particulares. Estamos em dia com o pagamento do programa dos cerca de mil idosos e ainda vamos um dar reajuste do benefício. Já a bolsa atende a quase cem estudantes e estava suspensa há dois anos. Resgatamos o programa por meio de pacto com as universidades.

A saúde também enfrentou dificuldades. Quais foram elas e como está atualmente a área? 

Encontramos na saúde apenas uma ambulância no hospital. Tínhamos neste mesmo hospital um setor fechado por falta de manutenção do ar-condicionado. Compramos novas ambulâncias e equipamentos para toda a a rede de saúde. O hospital recebeu novo aparelho de raio-x. Hoje, podemos dizer que estamos com unidades básicas de saúde em todos os bairros.

A senhora falou sobre a construção de uma creche e o início das obras de uma futura ciclovia. Mas quando efetivamente as obras ficarão prontas?

A ciclovia está em fase final de análise na Caixa Econômica Federal (CEF). Acreditamos que poderemos licitar até o fim de 2017. A creche está para ser entregue. Deverá ficar pronta para o início do próximo ano letivo e atenderá a 120 crianças em tempo integral. Também temos parceria com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e vamos ter duas novas estações de tratamento de esgoto na cidade, além da ampliação do sistema do Centro, que atende a área urbana do município. É uma obra importante, que está em análise no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) e devemos fazer a licitação também até o fim de 2018.

Como gerar emprego e renda na cidade?

Temos trabalhado na capacitação dos trabalhadores, uma vez que a região ainda sofre com a queda dos royalties e a crise econômica que afetou o setor petroleiro. Por tabela, gerou muitas demissões. Temos perspectiva de melhora, com reaquecimento e uma retomada do segmento. Investimos também na promoção do turismo, já que a cidade tem diversos atrativos naturais e históricos. Contamos com o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que fica 60% na cidade. Somos um município que, trabalhando o turismo de forma correta, podemos gerar emprego e renda. Estamos ainda com uma parceria com o Sebrae para explorar de maneira mais eficaz o nosso turismo. Outra medida é o apoio aos pequenos produtores agrícolas da cidade. Também estamos tentando retomar, junto ao governo federal, as obras de uma antiga base offshore, fruto de parceria com a cidade de Campos dos Goytacazes. O local já recebeu investimentos de mais de R$ 100 milhões e queremos efetivamente fazer com que ele venha a ser operado adequadamente para gerar empregos e renda. Estudamos parcerias, pois é viável, já que somos vizinhos do Porto Açu e temos o setor petrolífero da região.

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