Na praia de Atafona o Borracha Fraca esbanjou irreverência, envolvendo milhares de foliões Foto Secom/Divulgação

São João da Barra – A rivalidade tradicional entre Congos e Chinês, no carnaval de São João da Barra (RJ) é traduzida na disputa de luxo e animação na avenida, a cada ano. Nasceram blocos e se transformaram em escolas de samba, contribuindo, cada vez mais, para que a folia sanjoanense se destaque como uma das melhores do interior do Estado do Rio de Janeiro.
O Congos abriu os desfiles na noite de domingo (11), apresentando o enredo “Malkia”, com foco no continente africano e suas rainhas. Foram 450 os componentes, com 13 bailarinos vestidos de guerreiros africanos e na comissão de frente o carro abre-alas retratando a Savana Africana, com tigres, elefantes, girafas, onças e zebras.
Simbolizado pela figura de Cleópatra, o segundo carro (O Egito), trouxe serpentes e uma pirâmide. Em seguida, veio a Rainha de Sabá, com predominância da cor amarela e uma gigantesca coroa. A bateria, com 60 ritmistas, sob o comando de Yan Franco, tinha à frente a madrinha Mariana Abreu e a rainha da escola, Anike Mello, esbanjando elegância e samba no pé.
Logo depois entrou na avenida a Chinês, com “A Fabulosa Fábrica da Brincadeira”. O enredo buscou recordar as brincadeiras infantis, provocando uma reflexão sobre a substituição de muitas das antigas distrações das crianças pelas alternativas tecnológicas. A comissão de frente foi formada por personagens de soldadinhos de chumbo, saindo de uma caixa de brinquedos.
A Fabulosa Fábrica foi o carro abre-alas, tendo à frente o leão, símbolo da escola. Baú de Memórias veio a seguir; logo depois, brinquedos e brincadeiras, como ursinho de pelúcia, casa de bonecas, trenzinho da alegria, carrossel, cubo mágico, pião e personagens infantis.
Composta por 80 ritmistas comandados por Caso Azevedo, a bateria tinha à frente as madrinhas Kelryn Ramos e Mallu Rocha (mirim); além da rainha da agremiação, Thaynah Machado, e a mirim, Ana Júlia Rocha. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Chrisson
Monteiro e Ana Caroline Lopes, remetia na fantasia a um conto de fadas.
Também compuseram o desfile os tripés Doce Brincadeira - Ursinho Puff, Nave Tecnológica da diversão, e as alas da Velha Guarda. Cerca de 400 componentes cantaram o samba de enredo interpretado por Dito de Quinzote, Renato, Marcos, Regina, Carlos Eduardo e Maicon.
BORRACHA FRACA - A animação predomina na cidade e nas praias e o domingo também foi marcante em Atafona, onde o bloco Borracha Fraca esbanjou alegria e irreverência, em um “arrastão da folia”. Cerca de sete mil pessoas participaram do bloco, que já é tradição na praia sanjoanense.
O público foi recorde e a festa durou mais oito horas, animada Zek DJ e os cantores Henryque Magalhães, Apollo Ramidan e Anderson Santos. A concentração aconteceu em frente à Colônia de Pescadores, com os foliões seguindo pela Avenida Carmelita de Moraes Nascif, uma parando no trevo do Cuíca antes de seguirem em direção à Rua João Batista de Almeida.
Um trio elétrico reforçou a animação, tendo no clima familiar um dos diferenciais, envolvendo pessoas de várias as idades. “Mais um ano de sucesso; nosso carnaval é da família, dos amigos e de quem quiser se divertir”, comemora José Dalto de Souza (Daltinho), fundador do bloco pontuando: “Ano que vem, nos 20 anos do Borracha Fraca, vamos ter muitas surpresas".