Marcela Toledo afirma que município já está fazendo a parte dele, ao contratar o estudo Foto Divulgação
SOS Atafona integra sociedade e poder público para salvar o que resta da praia
Caminhada aconteceu na manhã desse domingo; prefeitura pública edital para licitar estudos
São João da Barra - “O poder público está atento a todas as demandas da sociedade. A erosão costeira em Atafona será combatida em três pilares: a ciência, o movimento da sociedade civil organizada e a vontade política”. Quem afirma é o superintendente Especial de Gabinete do governo de São João da Barra (RJ), Rodrigo Florêncio, que participou, na manhã desse domingo (23), do ato SOS Atafona, na praia sanjoanense.
O movimento é de moradores do distrito de Atafona e conta com apoio do governo municipal. O objetivo é sensibilizar as autoridades em busca de soluções para o problema da erosão costeira que afeta o litoral por cerca de 60 anos, sendo um desafio ambiental para além das fronteiras do município.
Segundo Florêncio, a prefeita Carla Caputi está empenhada e mobiliza os setores da prefeitura com competência para articular iniciativas. Uma das medicas recentes apontadas por ele é a publicação, na última quarta-feira (19), de um edital de licitação para a contratação do estudo do fenômeno, que já destruiu mais de 500 construções e tomou 14 quarteirões da localidade.
O estudo está orçado em cerca de R$ 4 milhões. Já está acertado que R$ 1,8 milhão será de emenda parlamentar, do deputado federal Murillo Gouvêa; R$ 2,2 milhões estão garantidos pela prefeitura. A secretária de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcela Toledo, resume que esse passo visa fornecer a base científica e técnica para a formulação de soluções eficazes e sustentáveis de contenção da erosão.
"É no Ministério da Integração que a gente vai tentar captar os recursos para fazer essa obra”, adianta Marcela reforçando que o município já está fazendo a sua parte ao contratar o estudo: “O ministério pediu os estudos atualizados para que a gente tenha soluções alinhadas com que a diretriz federal se propõe. O movimento ‘SOS Atafona’ fortalece que essa demanda é de todos; estamos integrados".
Além de Florêncio e Marcela, também representaram a prefeita na caminhada desse domingo o subsecretário de Turisno, Fábio Pedra. O ato – envolvendo carro de som e cartazes, aconteceu entre os trevos do Jacuy e Cuíca. Uma das líderes do movimento, Sônia Ferreira, destaca que a união é a coisa principal para a busca de solução: “Nosso desejo realmente é essa união com o poder público e com a sociedade civil organizada”.
PASSO ESSENCIAL - Marcela Toledo considera o SOS Atafona um parceiro fundamental na luta pela proteção do litoral sanjoanense: “O grupo é membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente, onde participa da construção das políticas ambientais do município. Reconhecemos a preocupação da população e dos movimentos organizados com os impactos da erosão costeira e reforçamos que as demandas do SOS são também as demandas do poder público municipal”.
De acordo com a secretária, a gestão do território costeiro tem no governo federal sua principal instância de responsabilidade. Porém, ela entende como fundamental que as demais esferas governamentais compreendam a gravidade do problema e atuem de forma efetiva no município: “O município tem feito sua parte, liderando ações de monitoramento, planejamento e mobilização para garantir a implementação de medidas”, realça.
Na opinião de Marcela, estudo técnico é um passo essencial ao embasamento de medidas que atendam aos requisitos necessários para futuras ações de licenciamento e execução de soluções definitivas para a erosão costeira. Várias pesquisas já foram feitas com foco no fenômeno que acontece há cerca de seis décadas em Atafona.
Diversos fatores são apontados; entre eles, aquecimento global, ação humana e o assoreamento do Rio Paraíba do Sul, que desemboca na praia. Com base em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em 2020, o nível do mar pode subir 21 centímetros até 2050; a expectativa é de que Atafona perca aproximadamente 150 metros lineares de suas áreas litorâneas no período.
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