Rivelino Silva Guilhardi Filho lesou pessoas que fizeram investimentos via PIX. O suspeito tem anotações criminais por crimes de estelionato Letycia Rocha (RC24h)

O golpe está aí. Cai quem quer! Mas o pior é que tem muita gente que cai. Tanto que um empresário que dizia atuar no ramo de criptomoedas está sendo acusado de aplicar o golpe da pirâmide em investidores da Região dos Lagos. Ele é dono da Winzer Cooperativa, que tem mais de 20 mil clientes.
Conforme uma denunciante que prefere não se identificar, Rivelino Silva Guilhardi Filho lesou pessoas que fizeram investimentos via PIX. “Ele não pagou ninguém e sumiu”, diz a mulher. O homem possui uma anotação criminal no Estado de Goiás, por estelionato em 2019.

Outra mulher, que também foi vítima do golpe, afirmou já ter registrado uma ocorrência na delegacia: “Já fiz o boletim de ocorrência, eles disseram que vão investigar todos que estão participando, inclusive eu mesma. Mas como já perdi tudo, estou nem aí”. Um perfil no Instagram também foi criado pelos envolvidos no golpe, como forma de alertar possíveis investidores futuros.
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A Winzer Cooperativa prometia lucros diários de 4%, 6% e 8%, dependendo do valor investido, e os pagamentos eram feitos toda segunda, quarta e sexta-feira. Os depósitos dos lucros para os investidores começaram a ter problemas há cerca de uma semana.
Promessas de ganho chegavam a 8% de juros ao dia - Letycia Rocha (RC24h)
Promessas de ganho chegavam a 8% de juros ao diaLetycia Rocha (RC24h)
“Na terça passada, o líder de um dos grupos começou a dizer que a conta estava bloqueada. Nós fazíamos os depósitos na conta da esposa dele e ela que recebia do Rivelino e nos repassava. Só que ele parou de pagar, dizendo que o dinheiro estava bloqueado”, explicou uma vítima.
Foram enviados diversos vídeos e áudios para os investidores. Em uma das imagens, é possível verificar o saldo das contas do estelionatário, que somadas, superam o valor de R$ 1 milhão.
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Ainda conforme a mulher, na quarta-feira (4), “o líder do grupo disse que a empresa tinha falido. Segundo esse líder, ele tinha um seguro em um banco e entrou em contato para tentar sacar o valor. Ele também perdeu muito dinheiro e está com muito medo, porque é dono de um comércio, em São Pedro da Aldeia, próximo ao local onde o também investidor e trader do ramo de criptomoedas Wesley Pessano, de 19 anos, foi assassinado a tiros dentro de um automóvel Porshe Boxster na tarde de quarta.
Em conversa com O Dia, outra vítima da Winzer disse ter perdido cerca de R$ 8 mil. Valor que conquistou com a venda de uma motocicleta. O jovem de 24 anos, morador de São Pedro da Aldeia, que preferiu não ter a identidade revelada, contou ter conhecido a empresa por meio de propagandas nas redes sociais e achou o negócio bastante atraente pelo alto valor de retorno.
Ele conta ainda que foi incluído em um dos grupos de WhatsApp da Winzer. “Ele tinha mais de 79 grupos, todos lotados, com 256 membros. A gente investia, ele ia nos instigando a virar consultor e chamar mais pessoas para o esquema”, explica.

Entre os lesados pela Winzer Consultoria, estão pessoas que pediram empréstimos para investir até mesmo com agiotas, venderam casas e carros. “Ele tem investidores de São Pedro da Aldeia, de Cabo Frio, em todo o estado do Rio, se bobear, no Brasil todo”, alertou.
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Outro investidor que foi lesado pela Winzer, Bruno Santos conta que chegou a ser colocado como líder e "responsável por captar novos clientes". "Conforme o negócio foi crescendo e dando certo, o Rivelino chegou a me oferecer ser líder e responsável por uma parte da empresa. Como tudo corria bem, aceitei e continuei a captar investidores. Até que chegou um momento que ele disse que teve contas bloqueadas e eu disse 'opa, pera aí'", relata.
Mais de 70 grupos de whatsapp era usados para ludibriar os investidores  - Letycia Rocha (RC24h)
Mais de 70 grupos de whatsapp era usados para ludibriar os investidores Letycia Rocha (RC24h)
Mesmo com as contas bloqueadas, Rivelino instruiu Bruno que continuasse captando novas pessoas para o esquema, mas ele relutou. "Os que já estavam, falei para que não investissem mais. Foi aí que ele começou a parar de pagar aos poucos e depois de três semanas, parou de vez", diz o líder. Bruno perdeu mais de R$16 mil investidos na Winzer.
A Polícia Civil já montou uma força-tarefa na Região dos Lagos afim de investigar os crimes envolvendo o mercado de criptomoedas. A operação será realizada pelas delegacias de São Pedro da Aldeia (125 DP), Cabo Frio (126 DP), Armação dos Búzios (127 DP) e Iguaba Grande (129 DP), com apoio do Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI).