O Rio é o estado com a maior incidência de hipertensão arterial no país, com 31,7 casos para cada 100 mil habitantes. Na tentativa de reduzir esse dado, a Sociedade de Cardiologia do Estado (Socerj) vai treinar 600 profissionais de saúde do sistema público, para diagnosticar e orientar a população corretamente.
Como parte da ação, haverá o lançamento do 'Manual de Hipertensão', que será adotado pelas unidades de atendimento das secretarias municipal e estadual de Saúde. As aulas acontecem durante o 35º Congresso de Cardiologia, de 11 a 13 de abril, no Centro de Convenções SulAmérica.
A hipertensão é fator de risco para diversas doenças cardiovasculares, que, no país, correspondem a cerca de 30% dos óbitos. "Sabemos que, no Brasil, menos de 20% dos pacientes mantêm pressão controlada, e a maioria abandona os remédios ainda no primeiro ano de tratamento. Cabe a nós orientarmos a prevenção e o tratamento da população", diz Andréa Brandão, presidente da Socerj.
Adesão
O tratamento envolve medidas medicamentosas e não medicamentosas. A estimativa é de que 40% dos hipertensos abandonam o tratamento ainda no primeiro ano. Entre os fatores envolvidos da desistência estão: o custo, a falta de informação, a falta de acesso a serviços de saúde e problemas de confiança na relação médico-assistente.
Algumas medidas não medicamentosas contribuem para o controle de outros fatores de risco cardiovascular, como perda de peso, padrão alimentar saudável, baixa ingestão de sal, moderação no álcool, atividade física regular, parar de fumar e controle do estresse. A redução da pressão arterial se associa a benefício clínico comprovado, com redução das taxas de morbidade e mortalidade cardiovascular. Para o alcance deste objetivo é fundamental que o diagnóstico seja feito corretamente e que haja adesão às recomendações médicas.
