Das 11,5 milhões de mamografias que eram esperadas, apenas 2,7 milhões foram feitas - Reprodução de Internet
Das 11,5 milhões de mamografias que eram esperadas, apenas 2,7 milhões foram feitasReprodução de Internet
Por O Dia

Rio - Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia acabam de concluir um estudo que revela que a cobertura mamográfica de 2017 nas mulheres da faixa etária entre 50 e 69 anos, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é a menor dos últimos cinco anos. Para se ter ideia, eram esperadas 11,5 milhões de mamografias e foram realizadas apenas 2,7 milhões, uma cobertura de 24,1%, bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com o coordenador da pesquisa, Ruffo de Freitas Junior, as regiões Norte e Centro-Oeste continuam apresentando as menores coberturas quando comparadas às demais. “A dificuldade para agendar e realizar a mamografia ainda é o principal motivo para o baixo número de exames, além da triste realidade encontrada nos hospitais com equipamentos quebrados e falta de técnicos qualificados para operá-los”, afirma o mastologista.

Segundo ele, os três piores estados foram Amapá, que realizou apenas 260 exames em detrimento dos 24 mil esperados, seguido do Distrito Federal, com 5 mil realizados quando eram esperados 158,7 mil, e Rondônia, cuja expectativa era de realizar 76,9 mil, mas somente 5,7 mil foram realizados. “Estamos diante de um grave declínio que reflete o cenário caótico do câncer de mama no país”, alerta o médico, chamando a atenção de que se for convertidos esses números em valores, o estudo mostra que o governo federal investiu apenas R$ 122,8 milhões dos R$ 510,7 milhões previstos para atender ao número esperado de mulheres nessa faixa etária, a que mais acomete as mulheres com o câncer de mama, segundo o INCA.

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antônio Frasson, enfatiza que a entidade preconiza a realização da mamografia anualmente para todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade. “Isso significa que, se fôssemos ampliar a abrangência do estudo, o cenário é ainda bem mais complexo, desesperador”, diz Frasson, acrescentando que o acesso é uma das principais bandeiras que a Mastologia brasileira tem levantado nos últimos anos.

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