Segundo a organização, desmatamento subiu 39% de agosto do ano passado a julho deste ano - Reprodução de internet
Segundo a organização, desmatamento subiu 39% de agosto do ano passado a julho deste anoReprodução de internet
Por O Dia

Duas vezes o território da Alemanha. Esse é o tamanho da área de floresta perdida na Amazônia. Os dados, apresentados pela primeira vez no Brasil por oito organizações ambientalistas, mostram que a taxa média de desmatamento entre 2013 e 2017 foi 38% maior do que em 2012, ano com a menor taxa registrada. Sem controle, esse número poderá atingir patamares anuais ainda mais assustadores: entre 9.000 km2 e 13.000 km2 até 2027.

Ainda de acordo com o estudo 'Desmatamento zero na Amazônia: como e por que chegar lá, realizado em conjunto pelo Greenpeace Brasil, ICV, Imaflora, Imazon, IPAM, Instituto Socioambiental, WWF-Brasil e TNC Brasil, a situação pode piorar devido à impunidade relacionada a crimes ambientais, retrocessos em políticas públicas, falhas nos acordos da pecuária, estímulo à grilagem de terras e retomada de grandes obras. É preciso ficar atento.

Para as entidades envolvidas no estudo, a meta do Brasil (assumida internacionalmente) de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia apenas em 2030 é insuficiente. Em 2016, as mudanças no uso da terra representaram 51% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil e mantiveram o país como o sétimo maior emissor do mundo.

AGROPECUÁRIA

A 'contribuição' da pecuária, um dos principais vetores do desmatamento, é pesada: do total desmatado, 65% são usados para pastagens de baixa eficiência, com menos de um boi por hectare. Para os pesquisadores, o argumento de que é preciso derrubar floresta para crescer economicamente não se sustenta, já que o desmatamento registrado entre 2007 e 2016 (7.502 km2 por ano, em média) teve potencial de adicionar anualmente apenas 0,013% do PIB brasileiro. Além disso, "compromissos corporativos ainda falham na sua implementação e não monitoram a cadeia por completo", aponta o estudo.

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