Pesquisadores querem descobrir formas de aumentar a cardiolipina nas células adiposas para  combater doenças metabólicas. - Reprodução de Internet
Pesquisadores querem descobrir formas de aumentar a cardiolipina nas células adiposas para combater doenças metabólicas.Reprodução de Internet
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Rio - Uma molécula de gordura chamada cardiolipina (produzida dentro das próprias células adiposas do corpo) é muito mais significativa para a saúde do corpo do que se pensava. Pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, identificaram que grandes quantidades de cardiolipina resultam em uma queima de calorias mais forte. Por outro lado, baixas quantidades da molécula estão relacionadas à obesidade e diabetes tipo 2.

A descoberta é importante, pois mostra que essa molécula funciona como 'um interruptor' para o funcionamento da gordura marrom (tipo de tecido adiposo que queima calorias em vez de armazená-las). A desativação da produção de cardiolipina levou à resistência de insulina, que é a base para o diabetes. Agora, os pesquisadores esperam descobrir maneiras de aumentar a cardiolipina nas células adiposas para aumentar a sensibilidade à insulina e combater as doenças metabólicas.

"Nos últimos anos, vários tipos de gordura foram descobertos, inclusive a gordura marrom. Ela queima energia, produzindo calor, o que aumenta o metabolismo. Existe uma busca por maneiras de se estimular esse tipo de gordura, de modo que ela queime combustível para produzir energia", afirma Rodrigo Moreira, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

PESQUISA EM RATOS

A pesquisa examinou o que acontece nas células adiposas de ratos expostos a temperaturas frias, onde a gordura precisa queimar energia rapidamente. Depois de diminuir os níveis de cardiolipina, os ratos se tornaram resistentes à insulina. E, assim, ficou clara a ligação com o diabetes. Quando os pesquisadores descobriram a produção da molécula nas células de gordura de ratos e humanos, aumentaram a quantidade de calorias que as células de gordura conseguiam queimar.

De acordo com os pesquisadores, o que encontraram nos modelos animais também parece ser verdadeiro em seres humanos, abrindo novas abordagens para melhorar a saúde metabólica através de novas formas de aumentar a quantidade de cardiolipina nas células de gordura do corpo. Ao investigar a genética da doença metabólica, foi possível descobrir que pessoas com mutação genética ligada à baixa produção de cardiolipina têm um risco maior de estar acima do peso e desenvolver diabetes tipo 2 do que outras.

Os cientistas também examinaram os níveis da enzima, que fazem cardiolipina nas células de gordura de pacientes saudáveis e diabéticos. Eles perceberam que as células de gordura de pessoas saudáveis, sensíveis à insulina, tinham significativamente mais enzimas produtoras da molécula.

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