Estudo mostra que nascidos nos anos 1990 terão o risco dobrado para o câncer no cólon e quadruplicado para tumor no reto - Reprodução de internet
Estudo mostra que nascidos nos anos 1990 terão o risco dobrado para o câncer no cólon e quadruplicado para tumor no retoReprodução de internet
Por RENAN SCHUINDT

Rio - A American Cancer Society (ACS) antecipou em cinco anos a recomendação para o rastreamento de câncer colorretal. A medida, que também deverá ser adotada no Brasil, é baseada no estudo feito pelo órgão, que apontou crescimento desse tipo de câncer em jovens adultos e visa aumentar as chances de cura. Segundo a pesquisa, pessoas que nasceram nos anos 1990 têm o risco dobrado para câncer no cólon. Para tumores no reto, a projeção é ainda maior: quatro vezes mais, se comparados a pessoas nascidas em 1950.

Seguindo a nova orientação, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) também deverá atualizar sua recomendação para rastreamento de câncer colorretal a partir dos 45 anos para pessoas sem histórico na família de tumor ou pólipo no intestino. Antes, a recomendação mundial era a partir dos 50 anos.

"A SBCP costuma avaliar. E, em algumas situações, adaptar as diretrizes internacionais relacionadas à especialidade. Nossa intenção é fazer o mesmo em relação a esta do câncer colorretal. Tem sido frequente, entre os nossos associados, comentários sobre o evidente aumento na incidência na nossa prática diária", explica o presidente da SBCP, Henrique Fillmann.

Segundo o médico, o aumento dessa incidência em pessoas mais jovens é bem evidente. Nesse sentido, a SBCP trará ao Brasil o Dr. Matthew Kalady, chefe do Departamento de Câncer Colorretal Hereditário da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, para dar uma palestra sobre o assunto. O encontro vai acontecer em setembro, durante o Congresso Brasileiro de Coloproctogia, no Rio Grande do Sul.

A recomendação atual da instituição é que pessoas sem histórico de câncer colorretal na família procurem um especialista para realização de exames a partir dos 50 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade do diagnóstico familiar. Pessoas que tenham histórico de doença inflamatória intestinal na família também devem procurar o médico nesse período.

PROJEÇÃO

De acordo com as estimativas do Inca para 2018/2019, o câncer colorretal deve atingir mais de 36 mil pessoas no país. Quem estiver em bom estado de saúde e com mais de dez anos de expectativa de vida, deve manter os exames periódicos até 75 anos. A partir dessa idade a recomendação é discutir com o médico a continuidade da realização de exames regulares.

PREVENÇÃO

Mudança prolongada nos hábitos intestinais, sangramento, fezes escuras ou com sangue, fraqueza e perda de peso são alguns sintomas da doença. Para diminuir os riscos de câncer no intestino, as recomendações dos especialistas são: comer diariamente frutas, vegetais e cereais, diminuir o consumo de carne e alimentos processados, praticar atividade física regularmente, manter o peso sob controle, não fumar e evitar o excesso de álcool.

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