Pesquisa ressalta a associação de que cirurgia diminui o risco subsequente de acidente grave, o que traz implicações importantes para as taxas de mortalidade - Reprodução de internet
Pesquisa ressalta a associação de que cirurgia diminui o risco subsequente de acidente grave, o que traz implicações importantes para as taxas de mortalidadeReprodução de internet
Por O Dia

Rio - Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, concluíram que a cirurgia de catarata está associada a uma redução de 9% no risco de acidentes graves de trânsito para motoristas a partir de 65 anos. Os dados foram publicados recentemente no JAMA Ophthamology. Segundo os canadenses, isso indica que o procedimento pode ser muito eficaz para os condutores que deixaram o volante de lado devido à doença.

Embora a catarata seja comumente associada aos mais idosos, ela também pode acometer os mais jovens. De acordo com o último censo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a doença atinge 17,6% da população com menos de 65 anos e atinge a marca de 73,3%, em pessoas com mais de 75 anos de idade.

A pesquisa realizada pelos canadenses ressalta a associação de que essa cirurgia diminui o risco subsequente de acidente grave, o que traz implicações importantes para as taxas de mortalidade no tráfego de rua. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, o exame de aptidão física deve ser renovado apenas a cada cinco anos, ou a cada três, para os condutores acima de 65 anos. O problema é que muita coisa pode alterar na visão de uma pessoa durante esse intervalo.

“Quando o indivíduo tem catarata ele desenvolve vários tipos de limitação visual, que depende do local e intensidade da doença. Por exemplo, há cataratas na parte posterior do cristalino que restringem mais a visão, especialmente em ambientes claros, quando a pupila contrai e a visão pode cair abruptamente. Numa fase inicial, o indivíduo se comporta como um míope e isso pode interferir no reconhecimento de objetos e placas, o que é mais grave no entardecer e períodos noturnos. O importante é mensurar o nível que o indivíduo tem para saber o comprometimento da visão e os riscos que ele corre”, explica e alerta José Ottaiano, presidente do CBO. 

FILA DE ESPERA

Mas, os problemas não param por ai, pois os indivíduos devem lidar com outro desafio: as longas filas de espera. No caso da cirurgia da catarata, mais de 113 mil pessoas aguardam atendimento na fila do SUS, segundo o levantamento do Datafolha solicitado pelo Conselho Federal de Medicina, divulgado no final de junho. No Rio de Janeiro, o último relatório de auditoria de monitoramento e regulação ambulatorial do Tribunal de Contas do Município – com dados do SISREG – aponta uma espera de 9.386 pessoas para este procedimento e mais de 25 mil, para uma consulta com um oftalmologista – aumentando o drama dessas pessoas, já que essa lesão ocular só pode ser corrigida de forma cirúrgica.

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