Alzheimer ainda não tem cura e também não pode ser evitado - Reprodução de internet
Alzheimer ainda não tem cura e também não pode ser evitadoReprodução de internet
Por Bernardo Costa

Rio - A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 50 milhões de pessoas sofram com demência em todo o mundo. E que, a cada ano, surjam 10 milhões de novos casos. Segundo a OMS, o Alzheimer é responsável por cerca de 70% do total de ocorrências. Maria Aparecida Guimarães, presidente da Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer (Apaz), destaca a importância de ter atenção aos primeiros sinais, pois o diagnóstico médico na fase inicial é fundamental para retardar o avanço da doença.

"Quando os esquecimentos começam a atrapalhar as atividades do dia a dia é que as pessoas costumam ir ao médico. Nessa fase, a doença já está instalada. Por isso, é importante ter atenção aos primeiros sinais. A perda da memória recente é um dos principais. A pessoa esquece o que comeu há duas horas, mas lembra o que foi servido no dia do casamento", explica. Outras situações comuns na fase inicial da doença são as oscilações de humor, o isolamento social e a desorientação no tempo e no espaço. "É comum a pessoa se perder dentro da própria casa. Querer ir à cozinha e chegar até o banheiro é um exemplo. Outro sinal é a repetição da mesma pergunta em intervalos pequenos de tempo", acrescenta a presidente da associação.

Ao detectar esses sinais, a família deve buscar apoio médico. No Rio, destaque para instituições ligadas a universidades, que oferecem acompanhamento gratuito: o Hospital dos Servidores do Estado, o Centro de Doenças de Alzheimer (CDA) e o departamento de Neurologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), o Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF) e o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj). "Em todos eles, é possível realizar exames, obter o diagnóstico e as prescrições médicas para conseguir os remédios no SUS", esclarece Maria Aparecida.

Exercícios cognitivos contribuem no tratamento da doença de Alzheimer - Divulgação

PREVENÇÃO E LONGEVIDADE

As causas do Alzheimer ainda são imprecisas. Há o componente genético. Mas também existem fatores comportamentais que podem contribuir para o aparecimento da doença. Segundo a pesquisadora Lea Grinberg, embora não haja comprovação científica, os estudos levam a crer que todas as atitudes que previnem as doenças do coração servem também para evitar as doenças do cérebro, como o Alzheimer. A informação é confirmada pelo neurologista Gabriel de Freitas, da UFF. "Todos os fatores de risco que acarretam infarto e AVC podem ter relação também com a doença de Alzheimer. Pressão alta, sedentarismo, hipertensão e colesterol, se controlados, podem retardar o aparecimento da doença", explica.

De acordo com o geriatra Thiago de Souza Bicalho, as atividades indicadas para uma longevidade saudável podem servir de fatores preventivos para o Alzheimer. "A prática de exercícios físicos é fundamental. Ela deve ser combinada a hábitos que não deixam o cérebro 'emburrecer'. Há várias formas de fazer isso, desde palavras-cruzadas à leitura, que estimula memória, capacidade interpretativa e imaginação", destaca.

COMO LIDAR COM O ALZHEIMER

Ao cuidar de pessoas com Alzheimer, é preciso cuidados especiais. Segundo a Apaz, há frases que nunca devem ser ditas, como 'já lhe falei' e 'você não consegue'. Não argumentar e procurar mudar o rumo da conversa, não constranger e não exigir que a pessoa com Alzheimer se recorde de acontecimentos são comportamentos indicados, assim como não fazer comentários negativos e procurar elevar a autoestima da pessoa.  

A Apaz oferece orientação para as famílias aprenderem a lidar a doença. Contato: 2223-0440. A Associação Brasileira de Alzheimer também tem grupos de apoio ao familiar-cuidador. Telefone: 0800 55 1906.

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