Sem salários, terceirizados entraram em greve na sexta-feira - Severino Silva
Sem salários, terceirizados entraram em greve na sexta-feiraSeverino Silva
Por O Dia

Rio - O gasto de R$ 3,48 por dia, abaixo ao valor de uma passagem de ônibus no Rio, é o que o governo gasta para cobrir as despesas com saúde dos mais de 207 milhões de brasileiros. O resultado, que engloba as gestões federal, estadual e municipal, faz parte de um levantamento inédito feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A análise detalhada traz as informações mais recentes relativas às contas públicas do segmento no ano passado. Segundo o cálculo, o gasto por habitante com saúde em todo o país foi de R$ 1.271,65.

Com uma análise feita nos últimos dez anos, o estudo mostra que, apesar do país ter apresentado um aumento médio de 3% ao ano entre 2008 e 2017, ainda assim o valor está defasado se comparado ao principal indicador que mede a inflação oficial do país, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "A correção da despesa per capita em ações e serviços públicos de saúde foi de 26%, o que dá uma defasagem média de quase 42%", explica o estudo.

No ano passado, as despesas nos três níveis de gestão atingiram R$ 262,8 bilhões. O valor agrega a cobertura das ações e serviços de aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS), como o custeio da rede de atendimento e pagamento de funcionários.

MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Na avaliação do presidente do conselho, Carlos Vital, os indicadores de saúde e as más condições de trabalho no setor revelam que os valores gastos ainda estão abaixo do ideal. "Por exemplo, aspectos como a maior incidência de doenças crônicas, o envelhecimento da população e o impacto crescente das causas externas (acidentes, violência, etc.) têm gerado maior procura por produtos e serviços de média e alta complexidade", observa.

Segundo ele, até o cenário de desemprego no país tem um impacto no setor. "Por outro lado, o aumento da população de desempregados, que fez com que quase 3 milhões de brasileiros abandonassem os planos de saúde nos últimos anos, repercutiu na procura por atendimento em cuidados básicos e ambulatoriais", afirma o presidente.

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