A mensagem continua com uma série de indicações de como preparar o suposto remédio caseiro: “Para oito dentes de alho picados, adicione sete xícaras de água e deixe ferver. Coma e beba água fervida com alho. Melhore e cure da noite para o dia! Por favor, compartilhe com todos os contatos. Pode ajudar a salvar vidas”.
O texto viralizado também circula no Twitter, além de ter sido compartilhado mais de 9 mil vezes em espanhol, francês e inglês. No entanto, a afirmação não tem fundamento científico.
“Sem evidência científica”
A OMS, inclusive, se pronunciou sobre o tema na seção de seu site sobre rumores envolvendo a COVID-19 dizendo: “O alho é um alimento saudável que pode ter algumas propriedades antimicrobianas. No entanto, não há evidências de que comer alho tenha protegido pessoas do novo coronavírus”.
Da mesma maneira, o Ministério da Saúde brasileiro afirmou que a mensagem é falsa uma vez que “até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus (COVID-19)”.
A informação foi reiterada pelo médico Wasim Khawaja, do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão, que disse à AFP que “não há evidência científica que confirme que a água de alho fervida seja um tratamento efetivo contra o novo coronavírus e tampouco há pesquisa médica sobre este tema”.
Khawaja também advertiu que “as publicações que afirmam em redes sociais que um vegetal ou uma erva são curas para o novo coronavírus são enganosas e podem ter efeitos nocivos porque as pessoas usam esses métodos e não vão aos hospitais fazer exames”.
Segundo o CDC, não existe um tratamento antiviral específico recomendado para pacientes do novo coronavírus: “As pessoas com COVID-19 devem receber cuidados de apoio para ajudar a aliviar os sintomas. Em casos graves, o tratamento deve incluir atenção médica para apoiar o funcionamento dos órgãos vitais”.
Para ajudar a identificar os casos de COVID-19 e limitar os riscos de propagação, as autoridades sanitárias internacionais listaram algumas diferenças entre os sintomas do coronavírus, das gripes tipo A e B e do resfriado comum.
Desde que o vírus foi detectado na China em dezembro do ano passado, e até 18 de março de 2020, foram registrados mais de 200 mil casos de contaminação em todo o mundo, causando a morte de mais de 8 mil pessoas. Em 11 de março deste ano, a OMS declarou a COVID-19 como uma “pandemia”, denunciando “níveis alarmantes de propagação e inação”.