Por Marcelo Crivella Filho Consultor Internacional do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas (Ilanud)

Ser a mudança que queremos ver no mundo. Uma atitude que faz toda a diferença na construção de uma sociedade com mais espírito coletivo, empatia, respeito, cidadania, amor e responsabilidade. Promover o bem não significa doar apenas nosso tempo e generosidade, mas também responder a um impulso humano fundamental: a vontade de colaborar, de ajudar, de dividir alegrias, aliviar sofrimentos e de melhorar a qualidade da vida em comum. Solidariedade, responsabilidade e compaixão são sentimentos essencialmente humanos, além de virtudes cívicas.

Ao nos preocuparmos com a vida dos outros, estamos estabelecendo laços de solidariedade e confiança recíproca que nos protegem em tempos difíceis, tornam a sociedade mais integrada e nós, seres humanos melhores. Conseguimos sair de nós mesmos e ampliar a visão de mundo e da vida, para muito além do pequeno círculo de nossa família e das nossas próprias questões pessoais.

E o mais incrível disso tudo é que a solidariedade não faz diferença apenas na vida de quem recebe. Pelo contrário! Segundo a Escola de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, os voluntários podem viver mais tempo, com uma mortalidade 20% menor comparada à dos não voluntários, além de sofrer menos de depressão, e alcançar maior bem-estar e satisfação.

Outro estudo da Universidade de Michigan (EUA) mostrou que os voluntários vivem em média quatro anos a mais e com maior qualidade de vida , já que a satisfação de ajudar reduz o estresse e libera neurotransmissores como a endorfina, que se traduz em um grande bem-estar e sensação de felicidade.

A atividade voluntária proporciona uma oportunidade para as pessoas usarem dons, talentos e inspiração aspectos de sua autorrealização. E nos relembra algo essencial: ninguém avança sozinho, precisamos uns dos outros. Isso é inerente ao ser humano. Auxiliando-nos mutuamente, aprendendo a dar as mãos, repartindo conhecimentos e experiências, alcançaremos um viver melhor, com menos sofrimentos e mais sintonizados com a nossa essência.

Muita gente tem desejo de realizar algum trabalho voluntário, mas não sabe por onde começar. É simples. Bastam disposição, boa vontade e comprometimento. Identificar o que você sabe fazer de melhor e o que te traz satisfação. A partir daí, basta utilizar suas habilidades para ajudar a quem precisa. Mesmo quem tem pouco tempo pode encontrar formas de atuar. É o que fazem os cerca de 70% dos 17 milhões de voluntários brasileiros que trabalham fora em atividades remuneradas.

Ou seja, para ser solidário não é preciso muito: muitas vezes basta olhar em volta para encontrar diversas necessidades que podem ser sanadas com atitudes simples, possíveis e muito úteis a nossa sociedade. Quando ações bonitas são realizadas, construímos uma realidade muito mais humana e feliz. A importância da solidariedade na sociedade realmente é imensurável, e todos nós deveríamos buscar pensar mais no outro. Vamos juntos transformar o mundo?

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