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O vice-governador Francisco Dornelles (PP) revelou ter "grande admiração" pelo trabalho do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio. Em apenas uma das sentenças, o magistrado condenou o ex-governador Sérgio Cabral a 45 anos de prisão. Antes de dar seu depoimento como testemunha de defesa de Susana Neves Cabral, ex-mulher de Cabral, Dornelles disse a Bretas: "Eu tenho o maior prazer de estar aqui perante sua pessoa. Tenho uma grande admiração pelo trabalho que você está fazendo".

Vice de Luiz Fernando Pezão (PMDB), também citado na Lava Jato, Dornelles foi eleito para o Senado em 2006. Na ocasião, teve como principal cabo eleitoral Sérgio Cabral, que se elegeu para o primeiro mandato como governador.

Divergência

Filho de Susana e primo distante de Dornelles (ambos têm Neves no sobrenome), o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB) tem opinião diferente. Em entrevista ao Informe em setembro, afirmou que Bretas julga "com ódio e rancor".

Cordialidade

A audiência de Dornelles com Bretas anteontem foi marcada pela cordialidade. O juiz agradeceu a presença do vice-governador: "O senhor poderia escolher dia e hora, poderia ser uma data futura, mas se dispôs a vir na hora sugerida, facilitando o trabalho da Justiça".

Evacuação precoce

A atuação dos procuradores da Assembleia Legislativa (Rodrigo Lopes e Hariman Araújo) e do secretário-geral da mesa diretora (Walter de Oliveira) foi considerada, por deputados da base e da oposição, como açodada. "Quiseram mostrar serviço, e o tiro saiu pela culatra", diz um parlamentar. A soltura dos peemedebistas Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi apenas com o ofício da Alerj, sem passar pelo Tribunal Regional Federal, foi determinante para que voltassem à cadeia.

Pressão light

Mais de 50 integrantes do Ministério Público Estadual, entre promotores e procuradores, assinarão um manifesto em apoio ao procurador-geral, Eduardo Gussem, para que as investigações contra Picciani tenham celeridade. A atitude é uma forma mais suave de pressionar Gussem.

'Escracha!'

O clima azedou entre Wagner Montes (PRB) e aliados de Picciani. Antes da votação, Montes teria dito que, caso faltasse apenas um voto para livrar o peemedebista da cadeia, daria seu voto. Do contrário, iria se abster. Mas, na hora H, votou pela prisão.

Cadê todo mundo?

Desde que a Lava Jato voltou ao Rio, semana passada, todas as sessões da Câmara Municipal haviam caído. "Peemedebistas estão com medo de ficar em endereço conhecido", gargalhou Renato Cinco (Psol) com um colega. Mas ontem a Casa finalmente voltou a legislar por um apelo da... peemedebista Rosa Fernandes. "Se as sessões continuarem caindo, vocês terão que vir ao Plenário no Natal votar o Orçamento", ameaçou.

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