Grandes filas se formaram em postos de saúde de todo estado, com pessoas em busca de vacina contra a febre amarela. Entre os locais mais cheios estiveram a unidade de Jardim Meriti, em São João de Meriti, e o Centro Municipal de Saúde Necker Pinto, no Zumbi, Ilha do Governador. Os moradores chegaram antes de 5h nos dois locais para garantir um lugar na fila, mas, ainda assim, muitos não conseguem se vacinar.
Apenas na segunda-feira, 26 mil pessoas já haviam procurado os postos, mais do que as 16 mil de todo o mês de dezembro. Ontem, o movimento foi ainda maior. O posto de Jardim Meriti dobrou o número de imunizações para 800 doses. Segundo relatos, os funcionários da unidade precisaram sair escoltados pela Guarda Municipal, já que houve tumulto em frente ao posto depois que as vacinas acabaram.
Cuidadora de idosos, Rosângela Oliveira, de 56 anos, reclamou da falta de informações no posto. "Ninguém nos orienta. Chegamos muito cedo. Deveriam pelo menos dar uma atenção", disse.
Na Ilha, a cena era a mesma: longas filas e tumulto na frente da unidade. "No Hospital do Galeão me informaram que a vacina acabou. Fui no posto do Cacuia e a senha foi distribuída de manhã. No posto do Cocotá, faltou luz. Aqui no Zumbi falaram que as 200 senhas acabaram assim que o posto abriu, às 8h", afirmou César Rodrigues Fonseca, ao lado do neto, Lorenzo, de 5 anos.
A Secretaria de Saúde de São João de Meriti informou que não esperava essa demanda, mas que haverá um planejamento nos próximos dias.
Já a Secretaria Municipal do Rio informou que "as filas são consequências da alta demanda devido ao surgimento de novos casos".
O secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior, fez um apelo para que a população procure os postos de saúde o mais breve possível. No entanto, a decisão até agora é a de não antecipar o fracionamento das doses da vacina, previsto para 19 de fevereiro.
Segundo Teixeira Júnior, existem doses suficientes em todos os municípios do estado. Mais da metade da população ainda está sem proteção.
Após a Secretaria confirmar mais duas mortes, dessa vez em Valença, no Sul Fluminense, subiu para três o número de casos fatais de febre amarela no estado este ano.