Por O Dia

Rio - A Delegacia de Defraudações (DDEF) realiza, na manhã desta quarta-feira, a segunda fase da Operação Fantoche, que combate à lavagem de dinheiro ilícito da compra de vales refeição, alimentação e transporte de trabalhadores do Rio. A ação visa cumprir mandados de busca e apreensão em comércios e residências no Centro, Glória e Barra da Tijuca, além da Baixada Fluminense, onde os alvos são uma igreja evangélica e empresas de ônibus.

A segunda fase das investigações, realizadas em parceria com o Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção do Ministério Público Estadual (MPRJ), tem como alvos os suspeitos de serem os financiadores e os reais beneficiários do esquema. Segundo a polícia, apenas um dos investigados movimenta ilegalmente mais de R$ 10 milhões por mês.

As empresas de ônibus suspeitas de lesarem os cofres públicos com a compra ilegal de vales transporte são a Expresso São Francisco e a Transtur Vila Emil – Nova Iguaçu Turismo e Viação. Ao todo, foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu nove mandados de busca e apreensão.

Os policiais identificaram mais de 130 empresas fantasmas, que estão em nome de mais de 50 laranjas. Segundo a polícia, essas empresas, todas do ramo alimentício, foram criadas apenas para conseguir o credenciamento de máquinas de cartões, abrir contas bancárias e movimentar os altos valores obtidos de forma fraudulenta com a compra de vales refeição e alimentação. Várias delas têm os mesmos sócios e figuram como funcionando no mesmo endereço, embora nenhuma exista fisicamente nem possua sequer um funcionário.

Ainda segundo as investigações, o principal responsável por montar o esquema é o empresário Nivaldo Gomes Pereira, que comanda um grande escritório de compra de vales refeição e alimentação no Centro do Rio, onde são movimentados mais de R$ 10 milhões mensais. O estabelecimento, em dois andares de um prédio na Rua da Quitanda, é apontado como o maior no Rio de Janeiro e foi monitorado pelos investigadores durante dois meses. A estrutura do escritório ilegal se assemelha à de uma agência bancária. Há dezenas de funcionários uniformizados, sete caixas para atendimento, organização eletrônica da fila, diversos computadores e aparelhos de ar condicionado, câmeras de monitoramento, acesso dos funcionários por senha eletrônica e segurança.

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