Entrevista coletiva à imprensa sobre as prisões e mandados de apreensão dos atos antidemocráticosReprodução: Youtube

Em entrevista coletiva à imprensa sobre as prisões e mandados de apreensão dos atos antidemocráticos, a Polícia Federal (PF) disse nesta quinta-feira, 29, que está empenhada na segurança da posse do presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que todos os esforços estão sendo feitos para garantir a proteção dos presentes no evento. Forças locais e federais estarão preparadas no próximo domingo, 1º, em Brasília.
O secretário de Segurança do Distrito Federal, Júlio Danilo, declarou que todo o público que for à Esplanada será revistado por policiais. "Haverá linhas de revista para que a pessoa possa ingressar na Esplanada dos Ministérios", explicou. 
A Esplanada, inclusive, será fechada na sexta-feira, 30, para que as forças de segurança façam uma varredura protocolar de segurança. O Governo do Distrito Federal (GDF) decretou ponto facultativo com o objetivo de facilitar o trabalho das autoridades.
Outro ponto importante é o limite de público. Júlio Danilo explicou que, por questões de segurança, apenas 30 mil pessoas poderão se aproximar da rampa do Palácio do Planalto para acompanhar a subida do presidente Lula. Quem quiser estar presente, deverá chegar até 12h30. Depois, o acesso será encerrado. "As pessoas que queiram participar devem chegar mais cedo", recomenda o secretário. "Caso leve algum alimento, leve em um recipiente que seja para facilitar a vistoria."
O número de 30 mil pessoas representa cerca de 10% do público total, uma vez que as autoridades esperam, ao todo, 300 mil pessoas na Esplanada durante o dia todo. O secretário pediu ainda que o público evite o transporte de objetos que possam ser utilizados como arma, como mastro de bandeira, estilete, álcool etílico, laser, entre outros.
Por fim, Danilo tranquilizou a população: "Existe um planejamento muito bem feito para que a gente possa garantir a segurança não só das autoridades que participarão da cerimônia de posse, mas também das pessoas e do patrimônio público existente. Nós estamos atentos a toda movimentação da cidade e garantiremos segurança para que as pessoas possam comparecer."
Operação contra bolsonaristas envolvidos em atos de vandalismo

Mais cedo, a PF e a Polícia Civil do Distrito Federal começaram a prender suspeitos de envolvimento em atos de vandalismo em Brasília no dia 12 de dezembro, data da diplomação de Lula. Os 32 mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os policiais também fazem buscas em 21 endereços ligados aos investigados.

A Operação Nero ocorre simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. A Polícia Federal esclareceu em coletiva que, dos 40 identificados, 11 receberam mandados de prisão por condutas individualizadas.

Até o momento, quatro pessoas já foram presas: dois em Rondônia, um no DF e outro no Rio de Janeiro. A segunda fase da operação será identificar os financiadores desses atos.
No Rio, a prisão do homem identificado como Átilla Melo foi realizada em São Gonçalo, na região Metropolitana. A PF cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Atilla em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Força Nacional irá apoiar a segurança na posse
O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou na quuarta-feira, 28, o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio à Polícia Rodoviária Federal (PRF) "nas atividades de escoltas, por ocasião da Operação Posse Presidencial 2023, em caráter episódico e planejado, até o dia 2 de janeiro de 2023", dia seguinte à posse. A portaria com a decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU).
"A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública", disse o ato. "O contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública", acrescentou.
A segurança durante a posse é uma das preocupações dos integrantes da equipe de transição do governo, principalmente após o caso do bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54, que confessou ter tentado explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal para provocar falta de energia e dar início, segundo o próprio acusado, a um caos que levasse à decretação de um estado de sítio no país. Ele também planejava explodir uma bomba no estacionamento do aeroporto.
*Com informações do Estadão Conteúdo