Em Cabo Frio, a empresa ligada ao tráfico atua nos bairros Manoel Corrêa e Jardim Nautilus.Letycia Rocha (RC24h)

A Polícia Civil apreendeu armas e outros materiais de uma empresa provedora de sinal de internet, TV e telefonia ligada ao tráfico de drogas durante a operação ‘Tráfico.com’, realizada nesta quinta-feira (18). A provedora, segundo as investigações, atua em dois bairros de Cabo Frio, na Região dos Lagos, além de cidades da Região Metropolitana do Rio. A apreensão aconteceu no endereço da empresa, que fica localizada na Ilha do Governador, na Zona Norte da capital.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), Pedro Brasil, a investigação teve início a partir de depoimentos de técnicos de outras operadoras que oferecem o mesmo serviço. Eles afirmam que sofriam ameaças, até mesmo com armas, e eram impedidos de realizar os serviços nos locais comandados pela facção.
Durante a ação deflagrada nessa quinta, foram apreendidos uma réplica de fuzil e de pistola, uma pistola, um colete balístico, um notebook e um receptor. A polícia busca, agora, identificar todos os envolvidos no esquema.
Em Cabo Frio, a empresa ligada ao tráfico atua nos bairros Manoel Corrêa e Jardim Nautilus.
“Nas comunidades que a gente verificou, ela é a única que tem permissão para atuar. Colhemos informações e verificamos que essa empresa tinha um convênio com os traficantes”, conta o delegado.
Cerca de 20 mil clientes fazem parte da empresa, que tem um faturamento mensal bruto por volta de R$ 1 milhão de reais, conforme as investigações. A provedora tem dois sócios e registro legal, mas atua de maneira criminosa.
“Eles criavam uma exclusividade pagando um valor fixo para os integrantes da organização. Por conta do monopólio, tinham uma quantidade muito grande de clientes, em comunidades grandes, com milhares de moradores que só poderiam contratar com eles o tipo de serviço”, explicou Pedro.
Todo o material apreendido será analisado para definir o futuro dos sócios da prestadora, afirma o delegado. “Vamos analisar o material que foi trazido, as armas. Caso a gente verifique que não tem origem lícita, ou tenham numeração suprimida, serão presos em flagrante”, definiu.