Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Reprodução
Sem alternativas, os vizinhos acionaram novamente o Corpo de Bombeiros, mas Sueli não resistiu e faleceu antes de receber qualquer assistência médica.
Fechamento da UPA por salários atrasados
O caso evidencia o colapso do sistema de saúde da cidade, resultado de uma crise administrativa que já dura meses. O fechamento da UPA foi decidido após uma reunião entre médicos, servidores e o secretário municipal de Saúde, Bruno Alpacino, na última quarta-feira (18). A principal pauta foi o atraso nos salários e o não pagamento do 13º, uma reivindicação antiga dos profissionais da saúde.
Sem uma solução, os servidores decretaram a paralisação total dos atendimentos, que começou na quinta-feira (19), um dia antes de Sueli passar mal. A sala vermelha, destinada a casos graves, permaneceu lotada, mas nenhum novo paciente foi admitido, agravando ainda mais a crise.
Bloqueio de bens da prefeita e do secretário de saúde
Diante da situação crítica, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve na quarta-feira (25) uma decisão judicial determinando o bloqueio dos bens da prefeita Magdala Furtado e do secretário Bruno Alpacino Velame Reis.
A medida foi tomada após o descumprimento de uma liminar que exigia a regularização imediata dos serviços de saúde no município. Entre as sanções, foi fixada uma multa diária de R$ 100 mil, retroativa ao dia 19 de dezembro, somando até o momento R$ 550 mil.
A ação civil pública movida pela 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva apontou graves problemas na gestão da saúde pública, como a falta de insumos básicos, medicamentos e equipes médicas completas.
Prefeito eleito faz inspeção de Natal
Em meio à crise, o prefeito eleito de Cabo Frio, Dr. Serginho, realizou uma inspeção surpresa na UPA na manhã de Natal, dia 25. Ao visitar a unidade, ele constatou total abandono do local. As instalações estavam visivelmente deterioradas, medicamentos essenciais em falta e ausência de materiais básicos para o atendimento. Serginho prometeu mudanças imediatas a partir de sua posse, no dia 1º de janeiro.
“Pacientes abandonados pelo Poder Público municipal! É urgente um choque de ordem na saúde, que será prioridade a partir do dia 1º. Lastimável ver a saúde de Cabo Frio nesse estado, apesar dos milhões já gastos. O desafio é grande, mas não vamos fugir dele!”, afirmou.
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