Álvaro afirma que com as novas condições o futuro financeiro do município poderá ficar comprometido Foto Divulgação

Campos – “A decisão tomada pelo governo federal de diminuir o tempo de carência, de pagamento e o aumento dos juros pode inviabilizar o projeto de renovação da frota do transporte coletivo em nossa cidade”. Quem afirma é o presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Álvaro Oliveira, ao comentar novas condições de pagamento dos R$ 540 milhões conquistados pelo município através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A verba é destinada à reestruturação do sistema de transporte público em Campos, cujo projeto apresentado pela prefeitura foi selecionado no novo PAC. Os critérios apresentados pelo governo federal à época foram considerados satisfatórios e o prefeito Wladimir Garotinho agilizou o desdobramento junto à Caixa Econômica Federal.
As condições eram quatro anos de carência e 10 anos para pagar, com juros de 6,6% ao ano. No entanto, o governo federal decidiu mudar, reduzindo o tempo de carência para um ano e o de pagamento para cinco anos, elevando os juros a 11% ao ano: “As novas condições de pagamento impostas inviabilizam que o município firme contrato, impedindo melhorias para a população campista”, reclama Álvaro Oliveira.
“A situação é preocupante e interfere diretamente no projeto do IMTT de renovar a frota do transporte público”, ratifica o presidente. Ele marcou uma reunião de emergência para a próxima segunda-feira (20) com todas as concessionárias de ônibus do município para avaliar a situação.
ONERA CUSTO - Na opinião do economista e diretor de Indicadores Econômicos e Sociais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ranulfo Vidigal, a decisão da União onera o custo financeiro do orçamento e coloca em risco a capacidade de geração de caixa do município para investimentos em infraestrutura nas áreas de saúde, estrutura viária, combate a enchentes, expansão de iluminação pública, entre outras atividades.
“A mobilidade urbana de um município polo como Campos, de uma região com mais de um milhão de habitantes, deveria merecer prioridade máxima do governo federal”, analisa o economista sugerindo: “Facilitar o acesso ao crédito representa potencializar a resolução de um problema que afeta diretamente a circulação das famílias, trabalhadores e estudantes”.
Ranulfo contabiliza que, na divisão do bolo tributário, Campos fica com apenas 20%, contra 53% do governo federal. “Portanto, onerar o custo financeiro do orçamento municipal retira capacidade de geração de caixa para investimentos em infraestrutura”, resume. O projeto da prefeitura de Campos prevê a aquisição de 354 veículos, sendo 106 ônibus elétricos e 248 ônibus Euro 6, que são menos poluentes ao meio ambiente.