Administração do Bartolomeu Lisandro diz que o aeroporto tem infraestrutura para receber novos voos Foto Divulgação

Campos - Aumento nos custos operacionais, ajustes de ofertas e demandas, além de questões relacionadas à disponibilidade de frota levam a Azul Linhas Aéreas a encerrar as operações em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. A decisão gera impacto crítico e movimentos em busca de reversão, tanto do governo municipal quanto da iniciativa privada. A empresa alega que mudanças fazem parte do planejamento operacional.
Em nota, a Azul assinala que, como empresa corporativa, avalia constantemente as operações em suas bases, como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda. “Sendo assim, a companhia anuncia que irá suspender as operações na cidade de Campos a partir de 10 de março”.
No entanto, a empresa diz que continua operando no estado do Rio, “com vôos regulares em Santos Dumont, Galeão, Jacarepaguá, de onde os clientes poderão se conectar com sete destinos em vôos diretos”. Na opinião do diretor de Indicadores Econômicos e Sociais do governo de Campos, economista Ranulfo Vidigal, causa impacto bastante negativo em nível regional.
Vidigal considera um retrocesso no turismo de negócios: “É um setor que tem crescido em Campos, por sua localização como cidade polo da grande região metropolitana do petróleo caracterizada pela expansão do Porto do Açu, em São João da Barra, e pela infraestrutura hoteleira existente, por sinal uma fonte de boa quantidade de emprego formal”.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Mauro Silva, também lamenta; mas acredita que possa haver uma saída, para que a Azul reveja o posicionamento: “Cortar Campos do roteiro de vôos da companhia com certeza é um retrocesso, afeta não apenas os interesses econômicos da cidade, mas regional”.
Mauro Silva comenta que entende a necessidade de a companhia avaliar custo-benefício e fazer ajustes: “Porém, não acredito que tenha optado pela decisão mais acertada. Vamos avaliar melhor a situação em busca de uma solução, para que na fiquemos descobertos, sem alternativas locais de voos”.
MOBILIZAÇÃO - A Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic) já se movimenta em defesa de que a linha seja mantida. O presidente, Maurício Cabral, afirma que a entidade estará buscando apoio de para encaminhar ofício às autoridades competentes visando manter os voos para Campinas (São Paulo) e ampliar para o Rio de Janeiro e outras cidades.
“Defendemos maior número de voos para a cidade, considerando o fortalecimento do Porto do Açu situado aproximadamente a 50 quilômetros do centro de Campos e que vem atraindo investidores para a região”, pontua Cabral destacando que a demanda por voos é tão favorável à região, que recebeu informações sobre a construção de pista particular na divisa de Campos com São João da Barra, onde está instalado o complexo portuário.
Responsável pela administração do aeroporto de Campos (Bartolomeu Lisandro), a Infra Operações Aeroportuárias também lamenta a decisão unilateral da Azul de suspender a rota diária comercial de Campos para Campinas.
“Com isso, a companhia suspende as atividades no terminal de Campos, assim como fez em diversas outras localidades do país nas últimas semanas”, comenta a Infra, apontando que “o último voo da Azul saindo da cidade está previsto para acontecer no dia nove de março”, enquanto a concessionária informa que será dia 10.
“A Infra informa que está se reunindo autoridades municipais e estaduais para tentar reverter a decisão da Azul, que pode ter grande impacto na economia de Campos. “A concessionária reforça que o Bartolomeu Lisandro tem toda infraestrutura para receber novos voos e que irá fazer todos os esforços para trazer outras rotas para o terminal”, enfatiza.