Senadores e deputados comentaram entre si o que acreditam ter sido uma manifestação abaixo do que o governo esperava. E listam seus argumentos: a concentração na Avenida Paulista, que no protesto anterior ocupou sete quarteirões, desta vez só tomou quatro quadras. No Rio, a mobilização na orla de Copacabana foi bastante esparsa, com apenas dois quarteirões de ocupação significativa. Além disso, os organizadores anunciaram que haveria manifestações em 170 cidades e somente em 88 os bolsonaristas atenderam o chamado. E ainda houve desentendimento com os ativistas do MBL (Veja aqui)
Por parte do governo, a interpretação é de que a mobilização foi significativa. Em Brasília houve movimento maior que na última passeata, avaliam os apoiadores de Bolsonaro. O tamanho da multidão no DF motivou até que o general Augusto Heleno, do GSI, saísse de sua posição de autoridade para subir num carro de som e discursar como um ativista. O presidente afirmou no Twitter que as ruas deram aos políticos um recado: "não parem o Brasil, combatam a corrupção, apoiem quem foi legitimamente eleito em 2018."
As visões são divergentes e, em meio a essa guerra de narrativas, o Parlamento volta a funcionar hoje no mesmo clima em que estava na sexta-feira. Congressistas contrariados com a falta de vontade do governo em negociar com os legisladores e com a disposição de Bolsonaro de aprovar na marra tudo o que manda para os congressistas.
Depois da mobilização das ruas e sem sinal de que vá ser amenizada, a queda de braço volta ao lugar de sempre: o Congresso. Agora, talvez com um pouco mais de ressentimento de parte a parte.