No modelo em que está sendo discutida no Congresso, a reforma realmente fará com que a União abra mão de recursos que estão sob seu controle atualmente para tranferi-los a governadores e prefeitos. "Tivemos relatórios muito bons sobre as mudanças na área tributária que nunca foram a voto. Isso aconteceu porque o governo federal tem que abrir mão da concentração de arrecadação na sua mão, abrir mão da concentração de poder", acredita Barros, que foi ministro da Saúde no governo Temer.
Ele reconhece que o modelo de gestão escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, que abriu mão do chamado presidencialismo de coalizão, facilita o trabalho dos parlamentares. "Como não há articulação governo-Congresso, nós vamos votar a Reforma Tributária que é boa para o brasileiro que mora na cidade. Ele não mora nem no estado e nem na União, então é no município que tem que estar o dinheiro para resolver o problema dele", anuncia.
Esse é apenas mais um dos vários exemplos das consequências da falta de estratégia do presidente Bolsonaro e seu partido no Congresso. Outra amostra disso deverá acontecer nos próximos dias:a derrubada dos vetos que o presidente determinou ao texto da Lei de Abuso de Autoridade, que tem Ricardo Barros como relator.
"Esse novo momento de relacionamento de Congresso e Executivo está sendo muito bom, talvez o melhor momento que o Congresso já viveu", diz o parlamentar. "Não queremos voltar a ter aquele relacionamento de corresponsabilidade governamental que tínhamos antes".
Resta saber se do outro lado os integrantes do governo também estão satisfeitos. Diante de tantas derrotas em votações importantes, tudo indica que não.