Presidente Jair Bolsonaro  - Marcos Corrêa/PR e reprodução
Presidente Jair Bolsonaro Marcos Corrêa/PR e reprodução
Por Chico Alves
A coluna de hoje desencava três depoimentos que estão inscritos na história do país como exemplos de covardia e crueldade praticados por um agente do Estado. Respire fundo e tente atravessar esses relatos.

"Tiraram a minha roupa e me obrigaram a subir em duas latas. Conectaram fios ao meu corpo e me jogaram água com sal. Enquanto me dava choques, ele me batia com um cipó e gritava me pedindo informações", relembra Gilberto Natalini, que tinha 19 anos quando passou por tais sessões de tortura. Hoje ele é médico e vereador pelo PV-SP. "A tortura comprometeu minha audição. Mas as marcas que ela deixou não são só físicas, mas também psicológicas".-

A seguir, a fala de Crimeia Schmidt, presa em dezembro de 1972 quando estava grávida de sete meses “Ele me espancou muito. Eu cheguei a perder a consciência. Me tirou da cela puxando pelos cabelos e me batendo na cara. Aí eu fui sendo arrastada por ele ali no corredor das celas, apanhando. Antes de subir as escadas, eu perdi a consciência e acordei na sala da tortura toda urinada”. Crimeia foi acusada de participar da luta armada.

Por fim, a paulista Amelinha Telles, que na década de 1970 era militante do PCdoB: "Ele levar meus filhos para uma sala, onde eu me encontrava na cadeira do dragão, nua, vomitada, urinada? Levar meus filhos para dentro da sala? O que é isto? Para mim, foi a pior tortura que eu passei. Meus filhos tinham 5 e 4 anos. Foi a pior tortura que eu passei. Eu fui espancada por ele ainda no pátio do DOI-Codi. Ele me deu um safanão com as costas da mão, me jogando no chão".

As entrevistas acima foram concedidas em diferentes momentos aos jornalistas Luis Barrucho, Matheus Leitão e Marcelo Brandão. Os personagens ouvidos apontaram como autor dessas atrocidades o mesmo homem: o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos mais violentos da ditadura limitar.

Pois bem: Ustra foi classificado hoje pelo presidente Jair Bolsonaro como "herói nacional", ao anunciar a visita da viúva do militar ao Palácio do Planalto.

Entre tantos absurdos recentes, talvez baste este fato para explicar o quanto estamos perto da barbárie no Brasil de hoje.



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POSICIONAMENTO DOS CORREIOS

A respeito da matéria intitulada “Com privatização, governo resolverá problemas dos Correios?” publicado na coluna Base, na edição do O Dia dessa segunda-feira (5), os Correios esclarecem:

A respeito do tráfego nas vias principais da Cidade Nova, esclarecemos que, apesar do aumento da carga postal para triagem no centro de tratamento da região, o número de veículos em circulação permanece o mesmo.

Informamos que a empresa tem intensificado ações para o fortalecimento da governança e da gestão, com redução de gastos e otimização dos recursos em toda sua estrutura organizacional. O objetivo é assegurar a sustentabilidade da empresa e, assim continuar prestando serviços de qualidade à população brasileira